segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Mares nunca d'antes navegados

Não existe nada mais misterioso para quem está começando a navegar pelos turbulentos mares do planeta rock & roll do que as sub-divisões e sub-categorizações deste estilo. Inventados pelos críticos, rótulos como heavy, hard, glam, a.o.r., melodic, thrash, death, black, speed, power, progressive, dark, gothic, atmospheric, symphonic, etc, são na verdade, uma tentativa de estabelecer comparações entre as bandas, principalmente as bandas novas, mas, invariavelmente, acabam confundindo os iniciantes.

Penso que cada nova categoria surge quando alguma banda quebra os paradigmas existentes, ou seja, surge da necessidade de se rotular algo novo, que não pode ser comparado com nada que já foi feito. Só que a brincadeira não é tão simples assim, vejam, por exemplo, o caso da origem do termo heavy metal.


Reza a lenda que um crítico inventou o termo heavy metal (inspirado na frase "heavy metal thunder" da música Born to Be Wild do Steppenwolf) para classificar a música do Led Zeppelin, no final da década de 60. Hoje, o Led Zeppelin não é mais classificado como heavy metal, pois esse termo ficou mais fortemente associado às bandas dos anos 80.



Qual a solução então? Quando surge uma banda nova cujo som é parecido com o do Led Zeppelin, por exemplo, basta dizer que ela é parecida com o Led Zeppelin. E se uma nova banda misturar duas bandas? Se tiver elementos do Led mas também tiver algo do Deep Purple ? (misturinha indigesta hein!). Eis a grande dificuldade!!!

Portanto, para conhecer o rock, é preciso ouvir muito rock, e a estrada é longa...com o tempo, percebe-se que essas classificações são uma tentativa desesperada de disciplinar o indisciplinável, de aprisionar o inaprisionável, de classificar o inclassificável. As comparações são inevitáveis, mas devem parar por aí, por que uma mesma banda pode lançar um disco thrash, depois um disco melódico e por aí vamos, como os iniciantes, navegando mares nunca d´antes navegados.

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