sábado, 24 de fevereiro de 2018

Angra - Omni (2018)




Omni é o nono álbum de estúdio da banda paulista-italiana-do mundo Angra. O segundo com o mago Fábio Lione nos vocais, e o primeiro com Marcelo Barbosa, substituindo Kiko Loureiro, que está, merecidamente, no Megadeth. Apresento minhas primeiras impressões ao ouvir o álbum pela primeira vez, faixa por faixa:
Light of Transcendence é um speed power metal vigorosíssimo, orquestrado, no melhor estilo que consagrou o Angra desde o Angels Cry. Lembra muito algumas pancadas do Stratovarius.
Travelers of Time já inicia com uma batucada, outra referência a diversas realizações da banda, e remete diretamente ao Holy Land, mas com uma pegada prog-metal.
Black Widow's Web é aquela que fez muito barulho na semana que passou, atingindo o número 1 do Spotify. Tem a participação de Sandy (filha do Xororó) e Alissa White-Gluz (Arch Enemy). Tremenda música! As participações foram cuidadosamente planejadas e a música foi composta para elas, que roubam a cena!!! Progmetal que vai fazer inveja ao Dream Theater.
Insania começa com vocais portentosos que me lembraram o Avantasia imediatamente! Boa música, não deixa o clima cair.
The Bottom of My Soul é uma power balada mid-tempo e traz Rafael Bittencourt nos vocais. Tem ali umas passagens orientais bem legais. É uma excelente musica, mas me parece um pouco deslocada do álbum, soa como algo dos projetos paralelos do Rafael. Eu acho que ele canta muito bem, mas não entendo porque fazer isso quando se tem Fábio Lione no banco de reservas...
War Horns volta a trazer o clima pra cima, power-progzão!! Vem o Fábio confirmar o que acabo de dizer, ehehehehe. Canta demais questo ragazzo.
Caveman é um prog quebradão, com uns batuques e coros em português, referência direta à fase Holy Land e algo ali na fase com Edu também, tipo Hunters and Pray (Caça e Caçador).
Magic Mirror é outra remetida diretamente ao Dream Theater e congêneres.
Always More é outra balada introspectiva que parece ter saído de projetos paralelos do Rafael, que destoa do clima prog-power do álbum. De novo, isso não diminui a qualidade da música, pelo contrário, é uma bela canção com uma bela letra! Desta vez o Fábio canta. Maravilhoso.
Silence Inside traz Rafael de volta aos vocais, dividindo com o Fábio desta vez. Uma levada na introdução remete novamente ao Holy Land, mas a música logo cresce para um power cadenciado. E volta para a levada 'world music', e volta para a cadência. Música complexa, com belas orquestrações ao fundo, é a maior do álbum com oito minutos e meio.
Infinite Nothing é uma faixa instrumental e orquestrada (sem guitarras, sem baixo, sem bateria!!!) que me fez pensar em grandes espetáculos da Broadway. Ela faz referências a todas as músicas do álbum, algo que achei muito interessante. Há quem diga que foi composta para encerrar os shows, quando a banda agradece ao público e as luzes se apagam. Concordo, parece mesmo uma música de encerramento de grandes espetáculos. Ou será que ela vai abrir? É esperar a turnê para saber.


Apesar do Rafael ter declarado que esse álbum teria um pouco de tudo que o Angra já fez, eu acho que são só pequenas referências ao passado. A roupagem é completamente nova. É isso, senhores. O Angra não parou no tempo. Nesse ponto, devem ser reverenciados. Perdem fãs mais conservadores e cabeça fechada, mas ganham novos também. Gostemos ou não, o Angra hoje é muito mais prog-metal do que melódico e/ou sinfônico. A banda 'internacionalizou' seu som, o que abre muitas portas por um lado, mas, por outro, a brasilidade, algo que foi sempre um grande diferencial, ficou nas entrelinhas. Tudo tem seu preço. Novos tempos, nova era. De novo.