terça-feira, 23 de setembro de 2008

Blackmore´s Night - Secret Voyage (2008)


Ritchie Blackmore fez sua fama e se tornou uma lenda-viva da guitarra já no início da década de 70, devido ao seu maravilhoso trabalho no Deep Purple. Na metade da década, porém, insatisfeito com o swing introduzido na banda pelos igualmente lendários Glenn Hughes e David Coverdale, saiu e montou o Rainbow, aproveitando os músicos de uma banda nova-iorquina chamada Elf.

Até meados da década de 80 o seu trabalho no Rainbow só fez aumentar ainda mais a sua legião de fãs, guitarristas ou não. Em seguida, houveram mais dois retornos ao Deep Purple, além de uma tentativa em 1995 de reiventar o Rainbow, com o lançamento do fantástico Stranger in Us All (absurdamente recomendado!), com Doogie White nos vocais.

Pois bem, eis que em 1997, quando imaginávamos que mr. Blackmore penduraria as chuteiras, ele surpreende a todos mais uma vez com um novo projeto, intitulado Blackmore's Night. A proposta do trabalho, que tem como vocalista principal a sua bela esposa, Candice Night, é fazer música medieval, algo bastante diferente do rock clássico de outrora. Mas, para quem acompanha de perto o trabalho dele, sabe que seu apreço por este tipo de som vem de longa data.

Secret Voyage é o mais recente trabalho de estúdio do Blackmore's Night, e os destaques vão para a produção absurdamente cristalina (como sempre...), para a voz suave e agradável de Candice Night e, claro, para o trabalho de Blackmore nos violões, guitarra, alaúdes, bandolins, banjos, cítaras, harpas e tudo mais que tiver cordas.

Assim como em trabalhos anteriores, neste temos mais covers e uma regravação dos áureos tempos de Rainbow. O cover é I Can Help Falling In Love imortalizada na voz de Elvis Presley e a música do Rainbow escolhida desta feita foi a belíssima Rainbow Eyes, originalmente no disco Long Live Rock and Roll de 1978. Não precisa dizer que ficaram muito boas, mas, ainda prefiro a interpretação de Ronnie James Dio (fã é um problema sério...).

Ideal para relaxar e amenizar os momentos de fúria do nosso louco dia-a-dia, o (nem tão ) novo som do sr. Ricardinho Maispreto é uma excelente arma contra o stress. Experimente você também!

Baixe correndo aqui! Créditos do upload para o excelente blog Ignes Elevanium (A senha é http://igneselevanium.blogspot.com)

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Rush - uma banda ou uma religião? Parte 4

Fase light
Denominei essa fase assim mas ainda poderia ser chamada de pop-prog, ou seja, a banda se tornou ligeiramente mais acessível, sem abandonar os elementos que a tornaram única no mundo da música, como as mudanças de andamento, os compassos não triviais (diferentes do eterno 4x4), etc. As letras sci-fi dão lugar a reflexões mais mundanas, quase cotidianas, e isso também ajudou a popularizar a banda. Mas, o Rush nunca precisou apelar, os caras sempre fizeram exatamente o que quiseram fazer, e esse sempre será o grande legado da banda: FREEWILL!


Presto (1989)
Lançar discos com muita frequência mantendo a qualidade é um desafio para qualquer artista. O Rush é uma banda singular por muitos motivos, mas um dos principais é a regularidade. Presto é um disco regular na discografia da banda, mas muito superior a maioria das coisas que estavam sendo feitas no final da década de 80. Destaque para a belíssima The Pass.




Roll the Bones
(1991)
Pegaram pesado no pop aqui. A faixa título tocou bastante na época, mas, como sempre, pop para o Rush não significa necessariamente que a música é ruim, muito pelo contrário! Outros excelentes momentos , também igualmente pops ao extremo, marcam presença em Dreamline, Bravado e You Bet Your Life. Ótimo disco para quem tem certa resistência ao som da banda começar a apreciar uma obra complexa e praticamente irrepreensível.






Counterparts (1993)
A introdução de Animate, faixa que abre o disco, já dá um sinal do que vem por aí. O mestre Peart, que no auge dos seus vinte e poucos anos já fora furioso na arte de baquetar, agora mostra toda sua classe com um estilo mais econômico (porém eficiente) de tocar, mesmo quase atingindo a casa dos cinquenta anos. Gosto muito da instrumental Leave That Thing Alone, onde é possível apreciar toda a finesse da banda em uma composição absolutamente magistral!





Test For Echo (1996)
Confesso que precisei ouvir esse disco pra comentar. Não dei muita bola pra ele quando foi lançado, achei o som muito cru, o que na verdade, já mostrava que novos ventos estavam por vir. Neil Peart simplificou absurdamente seu kit, após, segundo ele, reaprender a tocar bateria com um certo guru. O resultado não me agradou muito, sou um saudosista assumido, rs.





Different Stages (1998) (triplo ao vivo)

Para fechar mais um ciclo, desta feita a banda nos presenteou com um triplo ao vivo, sendo que os dois primeiros discos são de um show atual e o terceiro de um show no Hammersmith da década de 70. O que dizer? Os caras são como vinho, quanto mais velho melhor! Ouça e comprove.





Depois de Test For Echo, a banda interrompeu os trabalhos por problemas pessoais na vida de Peart. A sua filha, Selena, morreu em um acidente de carro em Agosto de 1997 e, logo depois, a sua esposa, Jacqueline, morreu de câncer, em Junho de 1998. Peart entrou, como ele mesmo descreve, em uma jornada de cura com sua motocicleta, viajando milhares de quilômetros pela América do Norte. Essa jornada foi mais tarde descrita no livro Ghost Rider: Travels on the Healing Road.



quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Metallica - Death Magnetic (2008)


Este era, sem dúvida, o disco de rock mais aguardado do ano. Muito se especulou sobre ele, muito se falou sobre ele, e eis que agora temos ele em mãos para tecer alguns comentários.

Não tem jeito, antes de ouvir o disco por completo, rolam sempre as comparações, já que a expectativa em cima de um disco novo do Metallica é sempre muito grande. Pois bem, ouvi dizer que esse disco estaria na linha do Master of Puppets, do ...and Justice for All e até do Black Album, mas, quando coloquei pra tocar no meu mp3 player o que ouvi foi algo bem diferente.

Death Magnetic é sem dúvida muito superior ao anterior, o sofrível St. Anger, em que a banda estava com raiva de alguma coisa, e descontou nos seus fãs, lançando um disco horroroso, sem nenhum solo de guitarra, sujo e com aquela caixa de bateria parecendo o Olodum nos tempos de vacas magras.

Entretanto, não espere ouvir um novo Master, ou Justice ou o Black Album. Essas são verdadeiras obras-primas que permanecerão no passado, pois o que temos aqui é uma mistura da sujeira do St. Anger com um Load mais pesado. A banda não consegue recriar o clima dos anos 80, e isso é aceitável e até compreensível, afinal, é preciso evoluir de alguma forma.

Apesar disso, trata-se de um bom disco, energético, vale a pena o download! Baixe pra conferir aqui!

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Steve Vai - Alien Love Secrets (1995)

Disco de guitarrista virtuoso, em geral, só agrada aos guitarristas. Essa é uma afirmação praticamente infalível, afinal de contas, o ouvinte comum não está interessado em saber se o cara faz ligados, bends, hammer ons, pull offs, se faz escalas maiores, menores, harmônicas, pentatônicas e tudo mais. Ao contrário, o ouvinte comum está interessado em ouvir boa música, e na grande maioria das vezes, disco de guitarrista virtuoso tem muito mais firulas do que feeling, principalmente aqueles lançados na década de 80.

Pois bem, entre os virtuosos mais famosos oriundos da década de 80 temos: Yngwie Malmsteen, Joe Satriani, Vinnie Moore, Tony Macalpine, Steve Morse, Steve Vai, entre outros. Poderia destacar qualquer um desses por que gosto de todos, mas, hoje vou falar do último, o mestre das 6 cordas, Steve Vai.


Com a chegada dos anos 90, a maioria dos fritadores de escalas redirecionaram o seu trabalho, já que os novos tempos exigiam mais dos músicos, e era necessário demosntrar criatividade e musicalidade além do virtuosismo. Steve Vai gravou seu primeiro disco solo em 1984 e o segundo apenas em 1990, já que nesse meio tempo esteve totalmente ocupado com as bandas em que tocou: Frank Zappa, Alcatrazz, David Lee Roth e Whitesnake.

Pois bem, podemos dizer então que ele pegou uma fase de transição, e é exatamente assim que o definiria: um guitarrista da geração dos fritadores mas que entrou em uma viagem de pesquisa e exploração das possibilidades de som que podem ser retirados da guitarra, aliada a muita sensibilidade.

Uma bela exceção à regra de que todo disco de guitarrista virtuoso é chato é o maravilhoso Alien Love Secrets. São apenas 7 músicas, onde o mestre destila todo o seu veneno em canções pesadas como Bad Horsie e na eletrizante Juice, e até se diverte com seu filho pequeno que participa da faixa Ya-Yo Gakk. Se for ouvir apenas uma música, comece pela última, Tender Surrender, uma balada de arrancar lágrimas onde Vai consegue transmitir paixão, fúria, ternura, agressividade e muita, muita sensibilidade. Prestem bastante atenção no solo dessa música! Eu não conheço nada igual.

Eu honestamente não acredito em extra-terrestres, mas quando ouço Steve Vai tocando, eu tenho sérias dúvidas.

Confira!