quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

A volta dos que não foram

No dia 10 de dezembro deste ano, ocorreu talvez a última grande reunião que faltava no mundo do rock: a do Led Zeppelin.

Robert Plant (59), Jimmy Page (63) e John Paul Jones (61) subiram ao palco novamente após 19 longos anos, desde sua última apresentação no 40º aniversário da gravadora Atlantic em 1988. Eles foram acompanhados por Jason Bonham, filho de John Bonham, falecido em 1980.

Já que o assunto são as reunions, vamos voltar um pouco no tempo e lembrar dos principais retornos. Embora alguns tenham sido atacados pela mídia e chamados de reuniões caça-níqueis, o fato é que os fãs querem ver seus ídolos dividindo o mesmo palco novamente, e não estão preocupados em saber qual foi o motivo da reunião.

Uma delas foi a tão sonhada e aguardada volta da formação original do Black Sabbath, que ocorreu em 1997, 18 anos após a saída de Ozzy, que seguiu em carreira solo.


Uma volta muito comemorada por todos nós foi a de Bruce Dickinson e Adrian Smith ao Iron Maiden. Depois de se revelar um péssimo frontman, a situação de Blaze Bailey ficou insustentável após a turnê de 1998, que passou pelo Brasil, e o baixinho retornou para o seu devido lugar em 1999. Nós ganhamos dois presentes, o poderoso álbum Brave New World e o show espetacular no Brasil em 2001 no Rock in Rio III.



A reunião do Van Halen, com o primeiro vocalista, o acrobático-performático-afetadático Dave Lee Roth aconteceu este ano, após muita espera e muita especulação sobre o estado de saúde de Eddie Van Halen, cérebro da banda e lenda-viva da guitarra.


O ano de 2007 já entrou para a história do Rock and Roll como o ano dos retornos. Também neste ano, além da reunião do Led Zeppelin e do Van Halen, aconteceu o retorno de Ronnie James Dio ao Black Sabbath. Na verdade, foi o retorno da, diagamos assim, segunda formação clássica da banda, que gravou 3 discos no começo da década de 80 e o destruidor Dehumanizer em 1992.


Em terras brazucas, está sendo cogitada uma volta de Max Cavalera ao Sepultura, mas para ser sincero, a volta mais significativa para mim seria a de André Matos para o Angra, mas esta está muito longe de acontecer, visto que ambos estão seguindo firme em suas carreiras.


Bem galera, na falta de sangue novo, vai os "velhin" mesmo!!! Long Live Rock and Roll!!!



quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Rainbow - discografia e formações

Contar a história do Rainbow é contar uma bela parte da história do Rock and Roll. Por essa banda passaram tantos músicos importantes, que a sua trajetória perpassa várias trajetórias de outras bandas, igualmente importantes. O temperamento difícil de Ritchie Blackmore não é lenda e apenas dois discos de estúdio consecutivos do Rainbow contaram com a mesma formação. Mas, ao contrário do que muitos pensam, isso não é ruim, por que Ritchie era um insatisfeito por natureza, obcecado pela perfeição, sempre buscando superação.

Em 1975, recém saído do Deep Purple, Ritchie Blackmore arrematou todos os músicos de uma banda novaiorquina recém desfeita chamada Elf, menos o guitarrista David Feinstein, e entrou em estúdio para gravar o seu primeiro álbum longe do Roxo Profundo (essa doeu até em mim...) O trabalho em questão, para aproveitar a popularidade de Ritchie, foi chamado apenas de Ritchie Blackmore´s Rainbow e apresenta os primeiros clássicos da banda, como Man On The Silver Mountain, 16th Century Greensleeves, Temple of the King, Catch the Rainbow e Still I´m Sad.


Ritchie Blackmore´s Rainbow (1975)




















Ritchie Blackmore – guitarras

Ronnie James Dio – voz

Craig Gruber – baixo

Gary Driscoll - bateria

Mickey Lee Soule – teclados


Descontente com a sonoridade do primeiro álbum, Ritchie demitiu TODOS os integrantes, mantendo apenas Dio, e juntamente com ele, criou um dos maiores clássicos da história do rock and roll, o absolutamente incontestável Rising. A popularidade deste álbum foi tão grande que em 1981 a revista Kerrang! realizou uma pesquisa com seus leitores e ele foi eleito o melhor disco de heavy metal de todos os tempos (até aquela data, é claro). E não é para menos, pois nele estão Tarot Woman, Stargazer e Light in the Black, clássicos imortais.


Rising (1976)



















Ritchie Blackmore – guitarras

Ronnie James Dio – voz

Jimmy Bain – baixo

Cozy Powell – bateria

Tony Carey – teclados



No ano seguinte, lançaram On Stage, seu primeiro álbum ao vivo, contendo versões super alongadas, com solos magistrais de mr. Ricardinho Mais Preto e uma prévia do que viria no ano seguinte, com a inclusão da faixa inédita Kill the King.


On Stage (1977)


















Ritchie Blackmore – guitarras

Ronnie James Dio – voz

Jimmy Bain – baixo

Cozy Powell – bateria

Tony Carey – teclados



Mais uma vez, Blackmore decide fazer uma faxina na banda demitindo Jimmy Bain (que trabalharia com Dio anos depois) e Tony Carey. Para o lugar de Bain ele trouxe Bob Daisley (que trabalharia com Ozzy nos anos 80) enquanto que para o lugar de Carey, trouxe David Stone (esse sumiu depois, alguém sabe o paradeiro dele? eheehehe). Long Live Rock and Roll, a faixa, mostra um lado mais comercial e festeiro da banda, enquanto que o disco, ainda tem a mesma pegada roqueira, presentes nas memoráveis Kill the King, Gates of Babylon e Rainbow Eyes.


Long Live Rock and Roll (1978)


















Ritchie Blackmore – guitarras

Ronnie James Dio – voz

Bob Daisley – baixo

Cozy Powell – bateria

David Stone – teclados


Agora a crise era realmente muito séria. Enquanto Blackmore estava empolgado com o sucesso comercial de Long Live Rock and Roll, Ronnie James Dio começava a se sentir um pouco frustrado por ficar na sombra do guitarrista, além do direcionamento hard rock que estava se desenhando no horizonte da banda, do qual ele discordava. Em 1979, com a saída definitiva de Ozzy do Black Sabbath, Dio recebeu um convite duplamente irrecusável, pela sua situação no Rainbow e pela chance de ser frontman da banda de Mr. Tony "riffmaker" Iomi!


Blackmore não perdeu tempo. Reformulou a banda mais uma vez, mantendo apenas Cozy Powell (que tocaria no Sabbath anos depois). Chamou Graham Bonnett para os vocais, Don Airey (que tocaria com Ozzy anos depois e que hoje substitui Jon Lord no Purple) e o ex-colega de Deep Purple Roger Glover. Gravou Down to Earth, mudando completamente o som da banda, trocando os temas místicos e épicos por temas ( teoricamente) mais comerciais. Apesar de ter boas músicas, como Lost in Hollywood e Since You´ve Been Gone, o disco vendeu bem menos que o anterior e não atingiu o sucesso comercial pretendido por Ritchie.


Down to Earth (1979)


















Ritchie Blackmore – guitarras

Graham Bonnett – voz

Roger Glover – baixo

Cozy Powell – bateria

Don Airey -teclados


Insatisfeito com a performance de Bonnett no palco, Blackmore buscava um frontman mais carismático, e o encontrou na pessoa de Joe Lynn Turner. Pra não perder o costume, demitiu o baterista juntamente com o vocalista. O novo trabalho chamava-se Difficult to Cure e desta vez, Blackmore & Cia conseguiram recuperar um pouco do prestígio perdido, graças, em grande parte, ao carisma de Lynn Turner, e, logicamente, à sua interpretação para o hit I Surrender e Spotlight Kid.


Difficult To Cure (1981)


















Ritchie Blackmore – guitarras

Joe Lynn Turner – voz

Roger Glover – baixo

Bobby Rondinelli – bateria

Don Airey -teclados


Agora a situação parecia estável. Pela primeira vez, desde 1975, a banda gravaria dois discos consecutivos com a mesmíssima formação. O resultado dessa estabilidade foi Straight Between the Eyes, que contava com boas canções como Death Alley Driver, as baladas Stone Cold e Tearin´Out My Heart.


Straight Between the Eyes (1982)

















Ritchie Blackmore – guitarras

Joe Lynn Turner – voz

Roger Glover – baixo

Bobby Rondinelli – bateria

Don Airey -teclados


Em mais uma tentativa de encontrar o seu som, Blackmore demite Rondinelli e Airey, mas, o canto do cisne da banda, inevitavelmente, seria o álbum Bent Out of Shape. Aceitando o fato de que os melhores dias da banda ficaram no passado, Blackmore decide voltar ao Deep Purple, que estava preparando a sua volta com a formação original Gillan-Glover-Paice-Lord-Blackmore.


Bent Out of Shape (1983)


















Ritchie Blackmore – guitarras

Joe Lynn Turner – voz

Roger Glover – baixo

Chuck Burgi – bateria

David Rosenthal -teclados


Algum tempo depois do fim da banda, Roger Glover resolveu lançar Finyl Vinyl, um disco (comemorativo talvez?) contendo versões ao vivo de músicas de todas as fases da banda, incluindo 3 inéditas com Joe Lynn Turner.


Finyl Vinyl (1986)


















Mas, esta história ainda teria mais um capítulo. Brigando com tudo e com todos, como é usual, Blackmore deixa o Deep Purple, em plena turnê Come Hell or High Water (ele foi substituído provisoriamente por Joe Satriani), e decide reviver os dias de glória do Rainbow.


Um belo disco com faixas revigorantes foi lançado em 1994, Stranger in Us All, seguido de uma turnê em 1995. Merecem destaque as excelentes Wolf to the Moon, Stand and Fight, Hall of the Mountain King, Black Masquerade, Too Late For Tears e Still I´m Sad, que originalmente foi gravada apenas instrumental . Reza a lenda que Dio se atrasou para as gravações, e Blackmore, muito contente com a situação, ahueihaiehi, decidiu fazer apenas instrumental.


Stranger in Us All (1994)



















Ritchie Blackmore – guitarras

Doogie White – voz

Greg Smith – baixo

John O'Reilly – bateria

Paul Morris – teclados



No ano passado, os caras resolveram nos agraciar com um grande presente. Foi lançado um disco e um dvd de uma apresentação gravada em 1977, na mesma turnê do álbum On Stage, porém, com uma das formações mais festejadas do Rainbow, a de Long Live Rock and Roll. A curiosidade acerca deste show é que Blackmore estava preso (arrumou confusão com alguém importante durante um show realizado dois dias antes) e subiu ao palco com duas horas de atraso, com a mesma roupa que havia sido preso, e fez uma das suas mais ferozes apresentações!


Live in Munich 1977 (2006)



















Ritchie Blackmore – guitarras

Ronnie James Dio – voz

Bob Daisley – baixo

Cozy Powell – bateria

David Stone – teclados

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Blind Guardian - Imaginations From the Other Side (1995)

O Blind Guardian foi uma banda pioneira em vários aspectos, tanto no estilo de metal que praticam, quanto na temática das suas músicas, misturando misticismo, lendas e estórias fantásticas, fartamente inspiradas em Tolkien (existe inclusive uma música com o título Lord of the Rings), muitos anos antes do cinema descobri-lo.

O primeiro disco do Blind Guardian que eu ouvi na vida foi Imaginations From the Other Side. Confesso que comprei no escuro, atraído pela capa, que convenhamos, é sensacional. Quando coloquei o cd pra tocar, fiquei impressionado com os coros de vozes, e fico até hoje. Backing vocals é quando são dois, três vozes no máximo. Aqui se ouve um coral inteiro!!! As melodias, as passagens acúsitcas e dramáticas, mescladas harmoniosamente ao peso das guitarras e da bateria, avassaladora!

Depois, com o tempo, fui buscando conhecer o trabalho anterior da banda. Reconheço a competência dos caras como músicos, mas achei o som muito cru e um pouco pobre, e continuei preferindo o Imaginations. Depois, veio o Nightfall in Middle Earth em 1998, gerando grandes expectativas, afinal, o seu sucessor era primoroso. Pode-se dizer que eles conseguiram surpreender os fãs mais uma vez, pois conseguiram fazer um disco com um nível muito próximo do nível de Imaginations, mas faltava o algo mais.

Meu amigo, as nove músicas do Imaginations From The Other Side formam uma sequência de tirar o fôlego. Nenhuma nota está fora do lugar, nenhuma batida, nada. Irretocável, como toda obra-prima, caso contrário, não seria uma obra-prima.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Edguy - Theater of Salvation (1999)

Confesso que nunca levei o Edguy muito a sério. Primeiro, não conseguia aceitar que uma banda de metal melódico não contasse com um guitarrista mega-ultra-super-rápido em seu line-up. Segundo, não conseguia resistir à tentação de fazer trocadilhos sem graça com o nome da banda, como Edgay, ehehehe.

Pois bem, isso durou até ouvir este Theater of Salvation, quarto trabalho de estúdio da banda alemã liderada pelo inspirado Tobias Sammet. O negócio aqui é muito sério, belíssimas canções com amplo destaque para as vozes de Sammet (sim, num estúdio é possível colocar vozes em cima de vozes).

Não espere encontrar um grande trabalho de guitarras aqui, pois elas só dão para o gasto. Mas, pelo menos não comprometem o resultado final, que é amplamente favorecido pelas melodias vocais, muito bem construídas e executadas.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Quiet Riot - Condition Critical (1984)

O primeiro álbum do Quiet Riot, de 1978, revelou para o mundo o enorme talento de um moleque franzino chamado Randy Rhoads. A passagem de Rhoads pelo Quiet Riot foi muito breve e já em 1980, integrava a banda da empreitada solo de Ozzy Osbourne. Na verdade, a passagem do guitarrista pela Terra foi, infelizmente, muito curta. Ele faleceu em um acidente aéreo em 1982.

Mas, como Randy Rhoads merece um post à parte, concentremo-nos no Quiet Riot. Pois então, após sua saída em 1979, a banda se desestabilizou completamente e se desfez. Eis que em 1983, o vocalista Kevin Dubrow e o baixista Chuck Wright, únicos remanescentes da formação original, reiventaram a banda, e o fizeram com maestria, alcançando inclusive, enorme sucesso comercial com o álbum Metal Health. No posto mais ingrato de todos, o de substituto de Rhoads, entrou o competente Carlos Cavazo, e Frankie Banali na bateria.

Em 1984 é lançado o estupendo Condition Critical, após a substituição de Chuck Wright por nada menos que Rudy Sarzo (já tocou com Ozzy, Dio, etc, etc). Neste álbum estão canções memoráveis como Mama Weer All Crazee Now, Party All Night e a sensacional balada Winners Take All. Hard rock classudo, com guitarras trabalhadas e refrões melódicos, mas um pouco distante da linha poser, onde é de costume dar muito destaque para as plumas e paetês. Imperdível, imprescindível, irretocável!


Post em homenagem a Kevin DuBrow, falecido esta semana. Rest in Peace.



segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Confirmada morte de Kevin DuBrow

Li uma notícia agora no Whiplash que me deixou triste, o falecimento de Kevin DuBrow, vocalista do Quiet Riot. Ainda não foram divulgados detalhes sobre o acontecimento. Ele tinha 52 anos.

Def Leppard - Hysteria (1986)

Muitos roqueiros têm urticárias por todo corpo só de ouvir falar em Def Leppard. Este pré-conceito não se justifica, por que a maioria só conhece o que toca nas rádios, e por que o Def é uma senhora banda (senhora foi um adjetivo especialmente escolhido para as "moçoilas", ehehehehe).

Tá certo que os caras foram ao fundo do poço do glam-farouf com a faixa Pour Some Sugar On Me (algo como Polvilhe Açúcar em Mim), mas isso não tira o mérito deste petardo chamado Hysteria, inclusive a faixa citada é muito boa. Outras que se tornaram obrigatórias em todos os shows da banda foram Women, Rocket e Armaggedon It, além da mega-balada-mela-cueca Love Bites.

Sobre esta faixa, existe uma curiosidade. No final dos 80 início dos 90, surgiu no Brasil uma competente banda de pop rock chamada Yahoo, que contava inclusive com Robertinho do Recife na guitarra, ou seja, coisa boa. Pois é, eles regravaram Love Bites com o título Mordida de Amor, uma tradução infeliz, pois se você reparar no início da música, existe um som de máquina (ou robô, sei lá), uma clara alusão a Bytes, que tem a mesma pronúncia de Bites, ou seja, foi feito um trocadilho que o Yahoo tratou de destruir.

Curiosidades à parte, o disco é muito bom, com uma produção magnífica (ouça os backing vocals!!!), composições no melhor estilo party rock, e execução primorosa. Vale muito a pena!!! Tremendo disco!

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Dokken - Beast From the East (1988)

Um belo exemplo de uma banda de hard rock no auge da sua carreira. O Dokken é um dos maiores expoentes do estilo poser da década de 80, onde todos os elementos estão presentes: purpurina, panos esvoaçantes, maquiagem carregada e cabelos, muitos cabelos. Mas, não se prenda apenas ao visual dos caras, pois Don Dokken (vocal), George Lynch (guitarra), Jeff Pilson (baixo) e Mick Brown (bateria) sabiam muito bem o que estavam fazendo neste Beast From the East, e detonaram clássicos absolutos como Tooth and Nail, Dream Warriors, Unchain the Night, Into the Fire.

O clima é totalmente festeiro, com refrões grudentos, melodias fáceis de cantar, e muita, muita guitarra, com solos alucinantes e alucinados do mestre das guitarras Lynch. Extremamente indicado para fãs do estilo e indicado para fãs de rock em geral. É impossível ficar indiferente à música do Dokken!

Come on! Never Unchain the Night!!!!!!!!!!!!!

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Viper - discografia comentada

Uma banda que merece todo respeito no cenário metálico nacional é o Viper, pelo seu pioneirismo, pela qualidade da sua música e principalmente pela sua garra, afinal de contas, sair do Brasil e ganhar o mundo no final da década de 80 fazendo música pesada não era nada fácil. Reza a lenda que os irmãos Pit e Yves Passarel tinham uma banda e estavam à procura de um vocalista, quando um moleque chamado André Matos, que morava no prédio ao lado, subiu no muro e pediu para pegar a bola que havia caído na quadra do prédio deles. Bendito chute!

Nascia então o Viper. Em 1985 gravaram sua primeira demo, e depois de muitos ensaios e pequenos shows, lançaram seu primeiro long play em 1987, recebendo excelentes críticas da mídia especializada. Com o segundo disco, de 1989, alcançaram reconhecimento mundial, principalmente no Japão, onde conquistaram uma verdadeira legião de fãs. Em 1996, após problemas com gravadoras e já sofrendo um desgaste natural, a banda fica impedida de lançar um novo trabalho por problemas judiciais e se separa definitivamente em 1999, após a perda de Yves Passarel, que decidiu tocar no Capital Inicial. Mas, eis que onze anos depois, para nossa surpresa e alegria também, surgem com uma nova formação e um novo trabalho, intitulado All My Life. Vamos à discografia dos caras.


Soldiers of Sunrise (1987)

Fortemente influenciado por Iron Maiden, esse disco mostra uma banda imatura (André Matos tinha 16 anos na época) na mesma proporção da sua empolgação. As letras falam de guerreiros, dragões e espadas, o andamento é característico do que se convencionou chamar de heavy metal tradicional, com direito a duetos de guitarra, falsetes e baixo pulsante. Gravado e mixado no Brasil, a qualidade da gravação deixa a desejar, mas ainda assim, a sonoridade da banda agradou a mídia especializada, com verdadeiros hinos como The Whipper, Knights of Destruction e Wings of the Evil. Nota: 9,5.



Theatre of Fate
(1989)

A consagração mundial era só uma questão de tempo após o lançamento de Soldiers on Sunrise. A banda não decepcionou e evoluiu bastante, amadurecendo as composições, que passaram a contar com outros elementos como piano e orquestra, além de passagens que misturavam música clássica com heavy metal. O talento de André Matos ficou evidente nesse trabalho, onde compôs algumas canções e cantou muito melhor do que no disco anterior. Verdadeiras pérolas estão nesse play, como To Live Again, A Cry From The Edge e Living For the Night. Nota: 10,0.




Evolution (1992)

No auge do sucesso, André Matos surpreende a todos e decide deixar a banda para se dedicar aos estudos da faculdade de música. Pit Passarel assume os vocais e surpreende a todos pela sua garra e vontade de não deixar a peteca cair. Um bom disco, porém, abolutamente diferente do álbum anterior. O direcionamento escolhido foi algo no limiar do punk com o hard core, uma sacada muito bem feita por Pit, afinal, como atingir os agudos de André Matos? Boas músicas sairam daqui, como Coming From the Inside, o hit radiofônico Rebel Maniac ("Everybody, everybody"), Dead Light e The Shelter. Nota: 8,5.



Vipera Sapiens (EP)
(1992)

Um disco de transição, que mostra uma banda perdida em termos musicais após a saída de um dos principais integrantes e com vontade de mostrar logo que pode sobreviver sem ele. É muito difícil encontrar esse disco, composto por sobras de estúdio do Theatre e outras composições mais recentes. Confesso que recorri aos blogs da vida para achá-lo...Indicado só para fãs. Nota: 6,0.







Maniacs in Japan (1993)

Apesar da gravação extremamente tosca, este disco vendeu bastante na época e foi o primeiro disco do Viper que ouvi. Pit canta os sucessos atuais do álbum Evolution e se sai muito bem também cantando clássicos imortalizados na voz de André Matos, como Living For The Night e A Cry From the Edge. As surpresas ficam por conta dos covers Não Quero Dinheiro (Tim Maia), We Will Rock You (Queen) e I Wanna Be Sedated (Ramones). A empolgação da banda fica latente, e supera qualquer problema técnico de gravação, tornando esse álbum um autêntico registro ao vivo da energia do Viper. Nota: 8,5.



Coma Rage (1995)

Continuando na mesma linha punk-hard core do Evolution, Coma Rage foi gravado nos Estados Unidos com produtor gringo e o resultado técnico foi muito bom, porém, Pit Passarel deixou um pouco a desejar nas composições e apesar de duas músicas terem sido bastante executadas, a faixa título e I Fought the Law, inclusive na Mtv, a banda acabou fazendo um disco nem um pouco comercial. A energia do álbum anterior ainda está aqui, mas poucas músicas merecem destaque além das já citadas, apenas Keep the Words, que já vale o disco. Nota: 6,5.






Tem Pra Todo Mundo (1996)

Aqui a coisa desandou de vez. Embalados pelo sucesso dos álbuns anteriores, tocando bastante na Mtv e abrindo shows de bandas importantes como o Motorhead, o Viper decidiu conquistar um público maior gravando um disco inteiramente em português, passando bem longe de heavy metal ou hard core ou qualquer coisa pesada. Resultado: não conquistou público nenhum, perdeu uma boa parte dos fãs antigos e ainda por cima, com a falência da gravadora, o disco não chegou em grande parte das lojas do país. Uma verdadeira catástrofe. Uma música foi executada nas rádios, 8 de Abril. Nota: 5,0.




All My Life (2007)

Com a saída de Yves Passarel em 1999, a banda ficou mais ou menos parada, retornando em 2004, fazendo alguns shows com uma nova formação. Depois de onze anos sem gravar um disco, o Viper mostra seu novo vocalista Ricardo Bocci, e seu novo guitarrista Val Santos (ex-roadie da banda, mas que atualmente foi substituído por Marcelo Mello) em um trabalho chamado All My Life. Bem, fica claro logo nos primeiros acordes que a intenção era retornar aos áureos tempos do Soldiers e do Theatre, principalmente pela voz de Bocci, muito parecida com a de André Matos, e pelas guitarras maidenianas. O resultado ficou muito bom, e faixas como a faixa título, Love is All (com participação de André Matos), Violet e Dreamer merecem destaque. Belo retorno, mas O Viper tem capacidade para andar pra frente e fazer coisas mais originais. Nota: 8,0.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Black Sabbath - Cross Purposes (1994)

Falar do Black Sabbath é sempre uma responsabilidade muito grande, afinal de contas, trata-se da banda que influenciou gerações e gerações de bangers. Na verdade, podemos dividir a história do grupo em três partes, mais ou menos coincidentes com as décadas de 70, 80 e 90.

Nos anos 70 temos a formação clássica, Ozzy, Iomi, Butler e Ward. No começo dos anos 80, mais precisamente, 80-82, temos a fase Ronnie James Dio, pra mim a fase áurea da banda. A partir daí, iniciou-se uma fase de perda de direcionamento, com uma infinidade de músicos passando pela banda a cada disco, como Ian Gillan, Glenn Hughes, Cozy Powell, etc, etc. O negócio ficou mais com cara de trabalho solo de Iomi do que com cara de Black Sabbath, inclusive o próprio Iomi revelou que o nome foi mantido por exigência das gravadoras.

Eis que em 1989, a sequência de bons discos do Sabbath, porém sem direcionamento, foi quebrada com um petardo intitulado Headless Cross, trazendo o quase estreante Tony Martin nos vocais. Em 1991, com Cozy Powell comandando as baquetas, vem o competente Tyr e no ano seguinte, Dehumanizer, marcando a ferro e fogo o retorno de Dio, Geezer Butler e Vinnie Appice à banda depois de 10 anos.

Gravar um disco depois desta sequência de discos arrasadora não era uma tarefa fácil. Eis que Tony Martin aceita o desafio de retornar à banda, e juntamente com Geezer Butler e Bob Rondinelli, gravam em 1994 o sensacional Cross Purposes.

A faixa de abertura, a energética I Witness, mostra logo que Iomi e companhia não estão pra brincadeira: a fase Dio deve ser esquecida! Agora é Tony Martin! E não é que o cara detona nesse disco? Sim, você não sentirá saudades de R.J. Dio. Em seguida, a power-balada Cross of Thorns, Virtual Death, Dying For Love, The Hand That Rocks the Cradle, Cardinal Sin e Evil Eye mostram que esse disco não deve nada aos seus antecessores.

Um marco na carreira da banda, um item obrigatório pra quem quer aprender como se faz um som pesado e ao mesmo tempo comercial. Transitar nessa fronteira entre o underground e as Fm´s é algo bem difícil, mas não é impossível, pois Cross Purposes está aí pra provar isso.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Black Majesty - Tomorrowland (2007)

Austrália definitivamente não é o melhor lugar para se encontrar bandas de power metal. Desculpem minha ignorância metálica, mas a única banda desse estilo que conheço daquela ilha é o Pegazus, que por sinal, é muito boa.

Pois é, na esteira desta banda, surge o Black Majesty, e que grata surpresa tive ao ouvir Tomorrowland. O disco começa com a relampejante Forever Damned, um petardo, bateria com bumbos no talo, e o mais interessante, com vocais médios pra graves, sem aqueles gritinhos irritantes muito comuns nesse estilo. Aliás, não é só nessa música, o tal de John Cavaliere mostra que não é preciso ter uma super garganta pra cantar com competência. Nas músicas seguintes, percebemos uma competente banda, nada mais.

Mas, ainda assim, para quem tem um pé nos anos 90 e tem saudades da enxurrada de bandas de power/melodic/speed que proliferaram naquela época, Tomorrowland é uma excelente pedida. Destaque para o cover de Soldier of Fortune do Deep Purple, em uma versão mais pesada, mais power, mas ainda conservando o aspecto de balada.

Bang your head!!!


quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Bruce Dickinson - Tattoed Millionaire (1990)

O baixinho Bruce Dickinson fez seu debut no Iron Maiden no mega-clássico álbum The Number of The Beast (1982), substituindo Paul Di'Anno, tirando a banda de clubs e pubs e levando o heavy metal para estádios e para a grande mídia. O carisma de Bruce, sua performance no palco, e principalmente sua voz de sirene aérea, levaram o grupo liderado por Steve Harris a patamares de super-stars nos álbuns seguintes, Piece of Mind (1983), Powerslave (1984), Somewhere in Time (1986) e Seventh Son of a Seventh Son (1988).

Em outubro de 1990, o Iron Maiden já demonstrava sinais de cansaço e desgaste, e uma amostra disso foi No Prayer for The Dying, álbum bastante regular e bastante abaixo do nível dos anteriormente citados. Não coincidentemente, Bruce lançou o seu primeiro trabalho solo em maio desse mesmo ano, intitulado Tattoed Millionaire. Praticando um rock despretensioso, Bruce se mostrou bom letrista e um versátil vocalista, intencionalmente desvinculando sua imagem do heavy metal, como pode-se ouvir nas faixas Son of a Gun, Born in '58, All The Young Dudes e Gipsy Road.

Acompanhado de uma boa banda, que incluía o guitarrista Janick Gers, que acabou substituindo Adrian Smith no Iron (veja como o baixinho mandava na banda a esta altura), Bruce demonstrava que poderia sobreviver sozinho, e que o Iron precisava mais dele do que o contrário. Uma prova disso é que algumas músicas de No Prayer como Holy Smoke e Bring Your Daughter se encaixam mais no estilo da carreira solo recém-iniciada do que no desgastado estilo da donzela de ferro.

O que está esperando? Procure no google e vá ouvir!

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Marty Friedman - Loudspeaker (2006)

Confesso que sempre achei Marty Friedman um pouco deslocado no Megadeth, principalmente após conhecer o seu trabalho solo, que passa beeeeeem longe do thrash metal praticado por essa banda americana. Provavelmente era por causa da grana, mas não devemos condená-lo, afinal, as contas não páram de chegar, não é mesmo? E o leitinho das crianças, como fica?

Bem, o assunto aqui é a carreira solo do camarada, e o disco em questão é Loudspeaker, lançado no ano passado. O play é bem variado, apresentando momentos mais pesados, como Elixer e Paradise Express, momentos mais animados como Street Demons, Black Orchid e a empolgante Sekai ni Hitotsu, momentos inspirados como Coloreas Mi Vida e a belíssima balada Devil Take Tomorrow (o cara é o mestre das baladas, pode acreditar), até momentos que beiram o pop, como Glycerine Flesh.

Loudspeaker é um disco repleto de guitarras, porém, não é chato de se ouvir, ou, como grande parte dos discos de guitarristas, não é voltado apenas para músicos ou profissionais da música. É um disco para ser apreciado pelas belas melodias que contém, pois mesmo nas faixas mais pesadas, Friedman sempre explora a melodia de uma forma primorosa. Essa é a sua praia.

Destaque para Noizu no Ame, a última faixa e a única cantada do disco, detalhe, em japonês por uma tal de Kirito (ela é uma mega-star no Japão). Marty Friedman nunca escondeu seu interesse pela cultura oriental, e até lançou um disco, Scenes (1992), onde explora a música oriental. Belo disco, mas isso é assunto para outro post...

Divirtam-se!!!

domingo, 4 de novembro de 2007

Wizards - Beyond the Sight (1998)

Antes de escrever alguma coisa sobre uma banda ou sobre um disco, costumo dar uma olhada no que já foi escrito à respeito. Entre as várias resenhas que pesquisei, quase todas afirmavam a mesma coisa: a banda paulistana Wizards é a mais injustiçada do metal nacional.

A injustiça a qual todos se referem se deve ao fato de que sobra talento para Christian Passos (voz) e Kadu Averbach (guitarra), principais integrantes da banda, que iniciou suas atividades em 1992, embora eles nunca tenham obtido o merecido reconhecimento. Christian é dono de uma voz bastante versátil, que passeia de médios rasgados até agudos andrematianos, enquanto Kadu é um guitarrista diferenciado, pois alia técnica a melodia em um estilo próprio, inconfundível.

O primeiro álbum, Wizards, veio em 1995, e alcançou grande sucesso no Japão. O segundo, Sound of Life, saiu em 1996 e estourou a banda no mercado nacional, devido à balada Promise of Love, muito executada nas rádios e até em programas de televisão. À essa altura, eram mega-stars no Japão. Em 1998, lançaram o fenomenal, estupendo, vigoroso, Beyond the Sight, e, mais uma vez, ironicamente, o melhor trabalho não obteve o resultado esperado, principalmente devido a péssima divulgação feita pela gravadora.

Dessa forma, passaram despercebidas do público em geral, e mesmo do público roqueiro, jóias como Thunderbolt, Shine (um tributo mais do que justo a sua principal influência, o Helloween), I don´t Give a Damn, The Play e Shadows and Light. O estilo ainda é o mesmo, metal melódico com fortes influências hard, mas o Wizards nunca lança um disco igual ao outro, sempre adicionando novos elementos, com destaque absoluto para as melodias vocais, muito bem construídas e perfeitamente executadas por Christian. Nesse álbum os teclados estão bastante presentes, crédito para Charles Dalla, figura muito conhecida no cenário nacional.

Ouça e tire suas próprias conclusões... sem querer interferir e já interferindo, quem me conhece sabe o que eu penso: o Brasil produz a música mais original e criativa do mundo, em todos os estilos, inclusive neste que ele não criou, o tal de rock and roll.

See ya!


terça-feira, 30 de outubro de 2007

Engenheiros do Hawaii - Várias Variáveis (1991)

O saudosismo bateu geral por aqui. Retornemos ao longínquo ano de 1991.

Alguns dados interessantes para formar um panorama daquele ano:

Além disso, na política tínhamos Fernando Collor de Mello na presidência, inflação, consfisco de poupança pela ministra Zélia (lembram? aquela dos dentes separados...) etc, etc. O disco de vinil, juntamente com a fita cassete ainda eram as principais mídias de gravação. Bem, vamos à música em questão.

Foi nesse contexto que nasceu Várias Variáveis, sexto trabalho dos Engenheiros do Hawaii e a diferença em relação ao seu antecessor, O Papa é Pop, é gritante. Aqui, Humberto Gessinger, Carlos Maltz e Augusto Licks assumem com gosto o formato power trio, mandando ver solos inspirados de guitarra e linhas de baixo brilhantes, como se pode ouvir em Quartos de Hotel e Sampa no Walkman.

Além do instrumental primoroso, algo inusitado entre as bandas que faziam o chamado Brock, havia as letras ácidas e muito bem sacadas (um pouco cabeça, mas tudo bem...) de Humberto, como vemos em O Sonho É Popular, que abre o disco:

a pampa é pop
o país é pobre
é pobre a pampa
(o PIB é pouco)
o povo pena mas não pára
(poesia é um porre)

o poder
o pudor
VÁRIAS VARIÁVEIS
o pão
o peão
GRANA, ENGRENAGENS
a pátria
à flor da pele
pede passagem...PQP

Humberto nunca teve medo de assumir a sua gauchice, mas nesse álbum, levou isso às últimas consequências, com uma série de citações ao Rio Grande, além de algo inusitado, a inclusão da faixa Herdeiro da Pampa Pobre, uma versão bem hard para uma música regional, interpretada originalmente pelo Gaúcho da Fronteira (quem é esse???).

Sala Vip, a terceira faixa, é um desabafo de Humberto, composta nos bastidores do Rock in Rio II. Ouça para entender. Ainda fazem parte desse disco mega-sucessos radiofônicos como Piano Bar, Ando Só e Muros e Grades, além de outras pérolas como Não é Sempre e Museu de Cera.

Várias Variáveis continua atual, e é um daqueles discos para ser saboreado, não apenas ouvido.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Kotipelto - Serenity (2007)

Timo Kotipelto apareceu para o mundo em 1995, ocasião em que foi lançado o quarto álbum do Stratovarius, Fourth Dimension (veja matéria aqui). Daí em diante, a banda começou uma escalada em direção ao topo, chegando até mesmo a ser chamada de sucessora do Iron Maiden ao posto de maior banda de metal do mundo. É claro que naquela época, Blaze Bailey contribuiu com essa história...ehehehe.

O fato é que após o álbum Elements (2003), Timo Tolki, faz-tudo e manda chuva da banda teve seus sérios problemas de saúde ainda mais agravados, dando um tempo na banda e abrindo espaço para a consolidação dos trabalhos paralelos dos outros integrantes.

Serenity é o terceiro trabalho de Kotipelto, que continua fazendo uma linha heavy-hard, bem anos 80 e bem diferenciada da que ele fazia no Stratovarius. Os músicos que participaram desse disco foram Janne Wirman (tecladista do Children Of Bodom), Lauri Porra (baixista-palavrão do Stratovarius), Mirka Rantanen e Tuomas Wainölä (baterista e guitarrista do Thunderstone, respectivamente).

Particularmente, senti falta dos solos alucinados de Michael Romeo (guitarrista do Symphony X) que gravou os dois primeiros álbuns com Kotipelto, apesar de Wainölä ter uma pegada parecida com a de Romeo. Mas, como tudo tem sua compensação, Wirman detona nos teclados e Porra também manda bem (que sobrenome horrível...).

O que mais me incomodava no Stratovarius eram as notas altíssimas que o pobre Kotipelto tinha que alcançar. Além de serem perigosas por causa da afinação, essas notas não favoreciam muito sua voz, tanto que em sua carreira solo, ele opta por um tom médio, muito mais adequado para a sua voz, valorizando sua interpretação.

Waiting for the Dawn (2002) ainda é o trabalho mais inspirado, e, apesar de nenhuma música se destacar na primeira audição, é possível passar minutos agradáveis ouvindo este Serenity do começo ao fim.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Ken Hensley - Blood on the Highway (2007)

De vez em quando, é preciso dar um descanso aos ouvidos. Acredito na máxima que a música que você ouve reflete o seu estado de espírito: em um momento de fúria, nada como um speed metal para chutar tudo, mas, em um momento tranquilo, não dá pra bangear ao som de um brutal black metal. Nesse caso, é melhor ouvir algo mais soft, porém, sem nunca abrir mão da qualidade absoluta, coisa que transborda em Blood on the Highway.


Trata-se de uma ópera rock, na qual Ken Hensley, ex-Uriah Heep, juntamente com o fantástico Jorn Lande, seu companheiro John Lawton e o inoxidável Glenn Hughes, narram a estória de um garoto que sonhava se tornar um astro do rock, e que depois que conseguiu realizar seu sonho, percebeu que o mundo das estrelas é cheio de percalços como drogas, traição, inveja, luxúria, ostracismo, etc.

As músicas transitam entre um hard rock rasgado, principalmente quando Lande assume os vocais, (e não tem como não achar a voz do cara muito parecida com a de David Coverdale do Whitesnake) até um rock bem setentista, sempre com muita melodia, com muito bom gosto, e, claro, muito Hammond!!!!

Revigorante!


terça-feira, 23 de outubro de 2007

Dream Evil - United (2006)

Taí uma bandaça, surgida em 1999, no final da avalanche de bandas de metal melódico da década de 90. Mas aqui vai uma advertência aos amantes do puro metal melódico: os suecos do Dream Evil praticam um misto de power metal com metal melódico!

As músicas desse United empolgam, principalmente por que usam e abusam de refrões grandiosos, sem ser chatos, calcados em uma bateria nervosa, com dois bumbos martelando direto, como é característico do estilo, juntamente com guitarras simples, porém certeiras. Em alguns momentos lembra muito o Gamma Ray, em outros, o Helloween com Deris no vocal, mas sempre com uma pegada rock and roll que muitas bandas de metal não têm.

Não espere encontrar arroubos de criatividade, mas no meio de tanta tralha melódica que apareceu na década de 90, o Dream Evil sem dúvida se destaca, e neste United, quarto álbum da banda, eles acertaram a mão com força, a porradaria ficou certeira, straight through the heart (Dio rules!!!), ehehhehe. Destaque para a faixa Kingdom at War, um verdadeiro hino!!! Putaqueparil que musicaço!!!

Para o meu gosto, ficaria perfeito se os caras trabalhassem um pouco melhor os arranjos de guitarra, mas isso é ranhetice minha, pois o clima que fica no ar é de rock and roll, dá vontade de bangear, e isto é o que importa!!!

Ficou curioso? Baixa aqui ó

http://theblackhorde.blogspot.com/2007/09/dream-evil-united-2007.html


sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Alice in Chains - Jar of Flies (1993)

No começo dos anos 90, o mundo da música (e até por que não dizer, o mundo todo!) foi tomado de assalto por um bando de adolescentes mal-trapilhos, de cabelos ensebados, bermudão xadrez, coturno e aparência aborrecida, empunhando guitarras barulhentas e nem sempre afinadas. Esse movimento foi chamado de grunge, e a cidade na qual ele surgiu foi Seattle nos Estados Unidos.

Os apreciadores do rock clássico de Deep Purple, Led Zeppelin, Black Sabbath e congêneres setentistas costumam ter princípios de úlceras gástricas só de ouvir falar em bandas vindas da gélida Seattle, mas, convenhamos, não é bem assim. A razão desse verdadeiro asco que os roqueiros mais conservadores (se é que isso é possível) nutrem pelo grunge se explica em parte pelo fato da quase totalidade dessas bandas não contarem com um bom guitarrista em suas formações, e, consequentemente, as músicas não costumavam ter solos de guitarra, um verdadeiro balaústre (não sabe? olha no google!) do rock clássico.

Vejamos: Nirvana tinha guitarrista? Não me lembro...tinha? Pearl Jam tinha guitarrista? Tinha, e dois!!! Sabiam? É, os caras são até esforçados...

Pois é, talento na guitarra não era muito comum nas formações daquelas bandas...mas, a honrosa exceção é o assunto deste post: o Alice in Chains contava com Jerry Cantrell! O cara mandava muito bem, tinha muita noção do instrumento e mandava solos inspirados, com personalidade.

O grande sucesso da banda foi o disco de estréia, Facelift (1991), graças ao estrondoso hit radiofônico Man in the Box, cantado em uníssono pela galera que lotou o memorável show da banda no Hollywood Rock realizado no Brasil em 1992, mas, gostaria de destacar o terceiro álbum da banda, lançado no final de 1993, e que teve pouca visibilidade na mídia: Jar of Flies.

Na minha modesta opinião, Jar of Flies não só é o melhor disco do Alice in Chains, mas também o melhor disco já lançado por uma banda grunge, exatamente pelo fato deles terem se distanciado do padrão de barulheira e rebeldia sem causa estabelecido pelo Nirvana com o arrasa-quarteirão Nevermind, aquele do bebê nadando atrás de um dólar.

Em Jar of Flies, o Alice Chains nos mostra músicas mais alegres, contrariando o padrão de melancolia característico da banda nos álbuns anteriores. Além disso, são acrescentados violinos (ou violas, desculpem minha ignorância orquestral...) e o disco como um todo tem um clima de acústico, bem intimista. Vale muito a pena! O melhor disco das bandas de Seattle com certeza!

Link: http://rapidshare.de/files/2922359/aicjof.rar.html.

Fonte: utopiafpernas.blogspot.com.