Metal melódico é uma denominação muito ampla hoje em dia, visto que no final dos anos 80 e principalmente nos anos 90, surgiram dezenas de subdivisões desse estilo. Apesar disso, considero que toda música rápida e pesada que não se limita a três acordes e tem algum arranjo de guitarra diferente do feijão com arroz dos power chords (aqueles que usam duas ou três cordas) ou de teclado, pode ser considerada metal melódico.
Diz a lenda que o estilo foi inventado pelo Helloween em meados dos anos 80, mais especificamente, nos discos Keeper of The Seven Keys. Se isso é verdade ou não, é difícil dizer, mas, é certo que Kai Hansen & Cia foram pioneiros no ramo, tanto que o Gamma Ray é hoje um dos principais representantes do estilo.
Gosto muito das bandas citadas acima, são verdadeiros gigantes do metal, mas, em se tratando de música rápida e pesada, o primeiro nome que me vem à mente é Stratovarius. Os caras começaram exatamente junto com o metal melódico, ou seja, final da década de 80, com o álbum Fright Night, seguido de Twilight Time (1992), Dreamspace (1994) e Fourth Dimension (1995), que marcou a entrada do vocalista Timo Kotipelto.
O reconhecimento mundial, porém, veio apenas em 1996 com o espetacular álbum Episode. Logo começaram a se destacar no cenário metálico graças a uma particular mistura de heavy metal com música clássica, principalmente no que se refere a parte das guitarras. A discografia comentada (oficial) com Kotipelto nos vocais é a seguinte:
Fourth Dimension (1995)
Estupenda estréia do nanico-vocalista Timo Kotipelto. A banda está no auge da agressividade, rapidez e todo tipo de exageros, inclusive notas vocais impossíveis de alcançar. Apesar disso, o disco é recheado de hinos: Against the Wind, Distant Skies, Stratovarius, We Hold the Key e Twilight Symphony. Altamente recomendável.
Nota: 8,0
Episode (1996)
Ainda com gás total, a banda fica mais próxima de um equilíbrio entre agressividade e melodia, pancadaria total e calmaria. Estão nesse disco: Father Time, Will the Sun Rise, Speed of Light, Season of Change e Forever, presentes em quase todos os shows que a banda faz. Kotipelto ainda exagera um pouco nos vocais, mas a banda como um todo evolui. Item obrigatório em qualquer coleção que se preze.
Nota: 9,0
Visions (1997)
O auge da maturidade. Muitas vezes, uma passagem cadenciada surte mais efeito do que milhões de notas em profusão, e indica uma mudança de direcionamento na música, formando uma colcha de retalhos mais complexa, porém, mais interessante de se apreciar. Longe de ser progressivo, o som está mais redondo, com Kotipelto cantando muito melhor, e Tolkki compondo como nunca. Todas as faixas são excelentes. Obra-prima!
Nota: 10,0
Visions of Europe: Live (1997)
Registro em álbum duplo da turnê européia do álbum Visions que mostra todo o poder de fogo do Stratovarius ao vivo, fazendo o que parecia ser impossível: aumentar ainda mais a velocidade das músicas. Kotipelto segura bem ao vivo, mas nunca podemos estar 100% certos de que o registro é 100% ao vivo...1997? Pro Tools já estava na área? Provavelmente, mas a galera cantando Forever já vale o disco...é emocionante.
Nota:9,0
Destiny (1998)
A melancolia sempre foi uma característica nas letras, nas músicas e nos arranjos de Timo Tolkki, mas dessa vez, o cara pegou pesado. O disco tem uma carga emocional bastante forte, e é considerado um disco triste, inclusive pelos integrantes da banda. Mas, porém, contudo, todavia, isto não significa de forma alguma que seja um disco ruim, muitíssimo pelo contrário, é um petardo!!! Absolutamente imperdível! Baladas inesquecíveis!!
Nota: 10,0.
Infinite (2000)
A faixa de abertura do disco, Hunting High and Low, mostra uma banda madura e segura ao ponto de arriscar em um equilíbrio ainda mais difícil de se conseguir, entre o puramente comercial e a qualidade. O restante das músicas, porém, mantêm as características da banda, um pouco mais diretas do que no disco anterior, mas mantendo o peso e a velocidade. O disco fecha com uma balada sensacional, Celestial Dream.
Nota: 9,0
Elements Pt. 1 (2003)
Disco conceitual, associando os quatro elementos da natureza a elementos humanos como ódio, medo, etc. A mesma fórmula do Infinte é mantida, ou seja, o disco abre com uma faixa mais comercial, no caso, Eagleheart, depois vem as cacetadas de costume e fecha com uma balada, A Drop in the Ocean. Receita velha, porém eficiente.
Nota: 9,0
Elements Pt 2 (2003)
Como a própria capa sugere, aqui, o clima é mais sombrio do que o início da saga, as músicas criam um certo clima de tensão, com as pitadas de melancolia características das músicas de Tolkki. Melancolia é diferente de tristeza, é um estado de espírito que te leva a refletir, a perguntar por quê, e as músicas desse disco vão mais fundo na alma do que as do primeiro. É como se fosse o outro lado da moeda, o lado escuro da lua.
Nota: 9,5
Stratovarius - 2005
A banda teria ganhado mais se tivesse encerrado a carreira no Elements Pt. 2. Desandou de vez, não dá nem para reconhecer os elementos principais que sempre fizeram parte da música do Stratovarius. Até a velocidade característica sumiu, no lugar, músicas arrastadas e mal construídas. O desastre só não foi total pela balada The Land of Ice and Snow, homenagem à Finlândia, e por United, a última faixa do disco.
Nota: 3,0
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