Falar do Black Sabbath é sempre uma responsabilidade muito grande, afinal de contas, trata-se da banda que influenciou gerações e gerações de bangers. Na verdade, podemos dividir a história do grupo em três partes, mais ou menos coincidentes com as décadas de 70, 80 e 90.
Nos anos 70 temos a formação clássica, Ozzy, Iomi, Butler e Ward. No começo dos anos 80, mais precisamente, 80-82, temos a fase Ronnie James Dio, pra mim a fase áurea da banda. A partir daí, iniciou-se uma fase de perda de direcionamento, com uma infinidade de músicos passando pela banda a cada disco, como Ian Gillan, Glenn Hughes, Cozy Powell, etc, etc. O negócio ficou mais com cara de trabalho solo de Iomi do que com cara de Black Sabbath, inclusive o próprio Iomi revelou que o nome foi mantido por exigência das gravadoras.
Eis que em 1989, a sequência de bons discos do Sabbath, porém sem direcionamento, foi quebrada com um petardo intitulado Headless Cross, trazendo o quase estreante Tony Martin nos vocais. Em 1991, com Cozy Powell comandando as baquetas, vem o competente Tyr e no ano seguinte, Dehumanizer, marcando a ferro e fogo o retorno de Dio, Geezer Butler e Vinnie Appice à banda depois de 10 anos.
Gravar um disco depois desta sequência de discos arrasadora não era uma tarefa fácil. Eis que Tony Martin aceita o desafio de retornar à banda, e juntamente com Geezer Butler e Bob Rondinelli, gravam em 1994 o sensacional Cross Purposes.
A faixa de abertura, a energética I Witness, mostra logo que Iomi e companhia não estão pra brincadeira: a fase Dio deve ser esquecida! Agora é Tony Martin! E não é que o cara detona nesse disco? Sim, você não sentirá saudades de R.J. Dio. Em seguida, a power-balada Cross of Thorns, Virtual Death, Dying For Love, The Hand That Rocks the Cradle, Cardinal Sin e Evil Eye mostram que esse disco não deve nada aos seus antecessores.
Um marco na carreira da banda, um item obrigatório pra quem quer aprender como se faz um som pesado e ao mesmo tempo comercial. Transitar nessa fronteira entre o underground e as Fm´s é algo bem difícil, mas não é impossível, pois Cross Purposes está aí pra provar isso.
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