quinta-feira, 27 de março de 2008

Engenheiros do Hawaii - Gessinger, Licks & Maltz (1992)


Não escondo de ninguém que sou fã da fase power-trio dos Engenheiros do Hawaii, ou seja, de quando só havia Humberto Gessinger no baixo e voz, Augustinho Licks na guitarra e Carlos Maltz na batera. Havia uma fusão muito interessante de personalidades, Humberto com suas letras mais corrosivas que ácido clorídrico, Augusto com sua finesse e extrema classe na guitarra e Carlos com sua forma largada de ser, formavam um conjunto ímpar.

Com a saída de Licks, a banda perdeu muito em termos de arranjos, e um pouco depois, com a saída de Maltz (que pirou o cabeção e hoje é místico e vive de fazer mapas astrais no Centro-Oeste do país), descaracterizou-se totalmente, com Humberto realizando seu super-ego e se tornando faz-tudo na banda.

Bem, dessa fase boa destaco três trabalhos: O Papa é Pop (1990), Várias Variáveis (1991) (leia mais aqui) e Gessinger, Licks & Maltz (1992), que vou destrinchar agora.

Humberto nunca escondeu que era fã de Rush e foi justamente nesse disco que a banda levou às últimas consequências essa tietagem explícita. Eram muitos equipamentos, muitos efeitos pré-gravados, vozes metálicas, pedaleiras (tanto para Humberto quanto para Augusto) e muita produção, fazendo com que os três se multiplicassem no palco, justamente como o referido power-trio canadense fazia na época.

Duas faixas de Gessinger, Licks & Maltz são bastante comerciais, Ninguém=Ninguém e sua mensagem filosófica e Parabólica, baladinha acústica que Humberto fez para Clara, sua filha recém-nascida. Outras faixas, como ?Até Quando Você Vai Ficar? e Chuva de Containers soavam muito energéticas ao vivo (estava no show deles no Álvares e abriram com essas duas músicas!). Algumas faixas são bem intimistas, quase confessionais, como No Inverno Fica Tarde + Cedo e A Conquista do Espelho, enquanto A Conquista do Espaço e Canibal Vegetariano Devora Planta Carnívora mostram uma nova face da banda, um pop descompromissado.

Depois da turnê do GLM, Humberto declarou que queria voltar às raízes, abandonar a parafernália e retornar ao simples. Foi uma pena e justamente à partir daí que comecei a me desinteressar pelo trabalho da banda. De qualquer forma, o disco está por aí e recomendo fortemente a todos apreciadores (ou não) do roquenrol brazuca.


2 comentários:

Anônimo disse...

velho, caí no seu blog por acaso, para pegar a foto do album pro ipod, e curti seu comentário, acho esse um dos melhores albuns da banda, e concordo contigo, foram-se os bons tempos.... ABS

Anônimo disse...

Mas o Filmes de Guerra, Canções de Amor é um excelente disco sendo aliás o último da formação GLM... É simples mas bate de longe nesse Acústico MTV e foi gravado quando ninguém tinha essa idéia.

Mas a resenha está ótima mesmo, cara! EngHaw hoje é só HG. Pena.