quarta-feira, 5 de março de 2008

Whitesnake - Good To Be Bad (2008)

David Coverdale saiu do Deep Purple em 1976, levando na bagagem os clássicos Burn, Stormbringer e Come Taste the Band. Logo em seguida, lançou seu primeiro trabalho solo, batizado de Coverdale’s Whitesnake. O segundo álbum desse projeto, Northwinds (1977), foi produzido por Roger Glover (Deep Purple) e contou com a participação de Ronnie James Dio nos ‘backing vocals’ (que coisa!). Em 1979, John Lord se juntou à banda e em 1981 foi a vez de Ian Paice, mas, apesar de ser praticamente o Deep Purple, o Whitesnake dessa época se manteve fiel ao seu estilo hard rock de fazer baladas, sempre com muito "love" nas letras.

Em 1982, Paice deixa a banda e é substituído por ninguém menos que Cozy Powell (ex-Rainbow). Daí em diante, muitas mudanças aconteceram, na imagem da banda, que assumiu o estilo poser muito em alta naquela década, no som, que se tornou mais farouf e também na formação, principalmente nas guitarras, que passaram pelas mãos de grandes nomes como John Sykes, Adrian Vandenberg e Steve Vai.

No final da turnê de Slip of The Tongue, em 26 de setembro de 1990, Coverdale anunciou que o Whitesnake ficaria na geladeira. Em 1993, juntamente com Jimmy Page, lançou o projeto Coverdale-Page e brincou um pouquinho de ser Robert Plant. No ano seguinte, Coverdale reformulou o Whitesnake que, em 1996, lançou o álbum Restless Heart, cuja turnê passou inclusive pelo Brasil. Mas, a energia de antes parecia não estar mais presente nas músicas e nas apresentações da banda.

Em 2003, para delírio dos fãs, o Whitesnake resolveu colocar os pés na estrada novamente, e para tal empreitada, Coverdale recrutou uma formação matadora: Reb Beach (ex-Winger) e Doug Aldrich (ex-Dio) nas guitarras, Tommy Aldridge (ex-Ozzy e mais um monte de coisas) na batera, Marco Mendoza no baixo e Timothy Drury nos teclados. Essa reunião rendeu um excelente registro chamdo Live...In The Shadow of the Blues (2006). A energia estava de volta, e em altas doses!


O sucesso alcançado por essa nova formação do Whitesnake merecia ser coroado com um novo trabalho, com novas canções. Um disco só com músicas inéditas se tornou então o objeto de desejo dos fãs, que aguardaram ansiosamente por esse dia, que enfim chegou. Após 11 anos de espera, desde Restless Heart, vai ser lançado no dia 21 de abril na Europa e no dia 22 nos EUA, Good To Be Bad, o novo disco de estúdio do Whitesnake. A formação que gravou esse álbum, infelizmente, não foi a mesma que gravou Live...In The Shadows of the Blues: Doug Aldrich e Reb Beach nas guitarras, Uriah Duff no baixo, Timothy Drury nos teclados e Chris Frazier na bateria.


Minhas primeiras impressões ao ouvir cada faixa foram as seguintes:

Best Years - moderna e pesada.

Can You Hear The Wind Blow - moderna e pesada, com a cara dos novos guitarristas, principalmente de Aldrich, que toca bem sujo.

Call On Me - riff lembra Still of the Night.

All I Want All I Need - baladinha açucarada para tocar nas Fms, refrão grudento, onde Coverdale abusa de sua voz grave e rouca. Super interpretação.

Good To Be Bad - lembra um pouco a fase com John Sykes que passou pelo Brasil no lendário Rock in Rio em 1985, mas, com um leve toque de modernidade também. Empolgante refrão: "Sometimes is good to be bad, bad to the bone!"

All For Love - boa pegada, elementos oitentistas.

Summer Rain - super balada, essa música é séria candidata a hit, apesar de fortemente comercial, é muito boa, com a interpretação marcante de Coverdale.

Lay Down Your Love - outro petardo oitentista com um super refrão grudento, com direito a backing vocals estilo gospel.

A Fool In Love - pegada blueseira com um bom peso, característica do Whitesnake.

Got What You Need - rock bem energético, lembra muito a fase Moody-Marsden do final dos anos 70, início dos anos 80, porém, com muito mais peso.

´Till the End of Time - balada densa, profunda, para arrancar lágrimas dos fãs. Graaaande interpretação. Coverdale realmente é insuperável!!!

Segundo o site whiplash, o disco estará disponível também em edição dupla, contendo um CD extra, pôster, fotos, adesivos e uma faixa multimídia com o clipe de "Ready To Rock". Se você não aguentar esperar, pode baixar a versão simples mesmo no Believing (excelente blog de hard rock!), mas lembre-se, após 24 horas você deve apagar os arquivos do seu computador.

No geral, gostei do trabalho e achei que a banda ainda é relevante. É natural para quem curtiu muito outras épocas, comparar um trabalho novo com os discos dos áureos tempos da banda. Modernizações são quase inevitáveis, mesmo por que, o único remanescente é Coverdale, e os novos integrantes sempre colocarão o seu estilo nas músicas que fizerem. Mas, o principal é que David Coverdale, que nasceu em 22 de setembro de 1951, entrou no Deep Purple aos 22 anos, ainda está ready to rock aos 57 anos de idade. Deus proteja essa garganta de ouro!


P.S.: Considera-se Trouble (1978) o primeiro trabalho de fato do Whitesnake, e se repararmos bem, Restless Heart vem assinado por David Coverdale & Whitesnake. Sendo assim, Good To Be Bad é o décimo álbum de estúdio da banda, o que esclareceria o X na capa desse álbum.

7 comentários:

Demorô... Partiu! disse...

God bless Coverdale!!

Album fantástico!

Baixei e vou comprar!

Geraldo disse...

Isso ae, abaixo à pirataria!!!

Anônimo disse...

muito bom o post!

já baxei o novo e to em 50% do
"Live...In The Shadow of the Blues"

Jack Sparrow lives on!!!!

[>Dallai<] disse...

Coverdale é o cara... Tá certo que ele já não é mais aquele de outros tempos mas ainda mostra pra essa gurizada aí o que significa o termo "rockstar".

Geraldo disse...

Cara, de uma certa forma, acho que Coverdale está até melhor do que antes. Aqueles gritinhos são coisas do passado...

Anônimo disse...

Fraquérrimo. Limita-se a ser um genérico dos anos 80.Pêso sem definição e baladas insossas e carregadas de riffs e levadas manjadérrimas. Whistesnake travou e congelou no tempo e no espaço. É isso...

Geraldo disse...

O Ac/Dc travou e congelou no tempo, o Motorhead travou e congelou no tempo, entre muitos outros, e são amados e idolatrados por milhões de fãs ao redor do mundo.