segunda-feira, 31 de março de 2008

Heel - Evil Days (2007)

Compartilho com vocês o álbum que não tem saído do meu mp3 player há umas 3 semanas ou mais. Trata-se de uma nova banda chamada Heel, sediada na Suécia, e encabeçada por David HEnriksson (ex-Insania) e Marcus ELisson.

Depois de deixar o Insania em 2001, Henriksson (o careca da foto abaixo) resolveu dar um tempo no circo do metal. No ano passado, nos brindou com este excelente Evil Days e seus excelentes vocais.


Como poderia definir o estilo aqui praticado? Heavy metal com uso moderado dos teclados e com um forte cacoete de metal melódico. Melodias vocais em profusão, um competente instrumental e refrões ganchudos que não saem da cabeça são os principais destaques do disco, e não é à toa que ele agarrou no meu player, ehehhe.

Stay heavy!!!





quinta-feira, 27 de março de 2008

Engenheiros do Hawaii - Gessinger, Licks & Maltz (1992)


Não escondo de ninguém que sou fã da fase power-trio dos Engenheiros do Hawaii, ou seja, de quando só havia Humberto Gessinger no baixo e voz, Augustinho Licks na guitarra e Carlos Maltz na batera. Havia uma fusão muito interessante de personalidades, Humberto com suas letras mais corrosivas que ácido clorídrico, Augusto com sua finesse e extrema classe na guitarra e Carlos com sua forma largada de ser, formavam um conjunto ímpar.

Com a saída de Licks, a banda perdeu muito em termos de arranjos, e um pouco depois, com a saída de Maltz (que pirou o cabeção e hoje é místico e vive de fazer mapas astrais no Centro-Oeste do país), descaracterizou-se totalmente, com Humberto realizando seu super-ego e se tornando faz-tudo na banda.

Bem, dessa fase boa destaco três trabalhos: O Papa é Pop (1990), Várias Variáveis (1991) (leia mais aqui) e Gessinger, Licks & Maltz (1992), que vou destrinchar agora.

Humberto nunca escondeu que era fã de Rush e foi justamente nesse disco que a banda levou às últimas consequências essa tietagem explícita. Eram muitos equipamentos, muitos efeitos pré-gravados, vozes metálicas, pedaleiras (tanto para Humberto quanto para Augusto) e muita produção, fazendo com que os três se multiplicassem no palco, justamente como o referido power-trio canadense fazia na época.

Duas faixas de Gessinger, Licks & Maltz são bastante comerciais, Ninguém=Ninguém e sua mensagem filosófica e Parabólica, baladinha acústica que Humberto fez para Clara, sua filha recém-nascida. Outras faixas, como ?Até Quando Você Vai Ficar? e Chuva de Containers soavam muito energéticas ao vivo (estava no show deles no Álvares e abriram com essas duas músicas!). Algumas faixas são bem intimistas, quase confessionais, como No Inverno Fica Tarde + Cedo e A Conquista do Espelho, enquanto A Conquista do Espaço e Canibal Vegetariano Devora Planta Carnívora mostram uma nova face da banda, um pop descompromissado.

Depois da turnê do GLM, Humberto declarou que queria voltar às raízes, abandonar a parafernália e retornar ao simples. Foi uma pena e justamente à partir daí que comecei a me desinteressar pelo trabalho da banda. De qualquer forma, o disco está por aí e recomendo fortemente a todos apreciadores (ou não) do roquenrol brazuca.


sexta-feira, 21 de março de 2008

Yngwie Malmsteen - Alchemy (1999)

Depois dos excelentes Seventh Sign (1994) e Magnum Opus (1995) com Michael Vescera no vocal, Malmsteen trouxe de volta Mark Boals, outro gênio da garganta, retornando à banda depois de 10 anos (ele já havia trabalhado com Malmsteen no excelente Trilogy de 1986) para gravar o álbum Inspiration.

Como sempre, Boals realizou um trabalho estupendo nesse álbum onde o sueco voador detonou (alguns acham que ele estragou, ehehe) vários clássicos de outros artistas que o influenciaram, como Rainbow, Rush, Kansas, Jimi Hendrix, etc. Três anos depois de algumas idas e vindas, Boals entrou no estúdio para se superar e gravar um disco com músicas inéditas chamado Alchemy, que em grande parte, resgata o espírito do fabuloso Seventh Sign.

A primeira faixa, a instrumental Blitzkrieg, lembra muito o debut de Malmsteen, enquanto a segunda, Leonardo, começa com um coro gregoriano, algo nunca antes utilizado pelo sueco, com um resultado sensacional. A terceira faixa, Play With Fire, poderia perfeitamente fazer parte do álbum supracitado de 1994. Clássico para a eternidade! Grande refrão! O restante do álbum segue o padrão malmsteneano de qualidade, tornando Alchemy um álbum relevante e altíssimamente recomendado.


segunda-feira, 17 de março de 2008

Tributos - homenagens merecidas ou grandes jogadas de marketing? (Parte 1)

Houve um tempo em que, na falta de algo novo, as gravadoras resolveram investir em tributos a artistas consagrados que estavam um pouco à margem da mídia especializada. Alguns desses projetos acabaram se revelando grandes caça-níqueis ou grandes jogadas de marketing para alavancar a carreira de artistas deixados no ostracismo (tantos dos homenageados quanto dos homenageadores, como Sebastian Bach, que participou de muitos). Funciona da seguinte forma: reunem-se músicos competentes, mas nem sempre conhecidos, e pronto, basta gravar e colocar no mercado.

Apesar disso, alguns tributos saíram melhor do que encomenda, seja pelo quilate dos músicos envolvidos, seja pelas interpretações bastante singulares para clássicos dos artistas homenageados. Selecionei alguns dos melhores tributos para comentar, que são:



Nativity in Black (1994) - Algumas interpretações presentes nesse álbum se tornaram tão conhecidas quanto as versões originais, como a do Sepultura para Sympton of the Universe e a do Faith No More para War Pigs. Além dessas, também se destacaram Rob Zombie, Type O Negative e Cathedral, interpretando Children of the Grave, Black Sabbath e Solitude, respectivamente. Um discaço e, ao mesmo tempo, uma grande jogada da Sony Music, que trouxe o Sabbath de volta à mídia e apressou a Reunion, ocorrida em 1996. Houve uma segunda parte para esse tributo, mas não tão relevante quanto a primeira.




Working Man
(1996) - Participar de um tributo ao Rush exige extrema responsabilidade e competência técnica, afinal, estamos falando de exímios músicos (Alex nem tanto, mas tem estilo). Foi pensando assim que a gravadora Magna Carta resolveu não brincar em serviço e contratou Mike Portnoy (Dream Theater) para produzir o disco, e ele reuniu uma turma da pesada. São eles: Sebastian Bach, Jake E. Lee, Billy Sheehan, James LaBrie, Jack Russel, Michael Romeo, Mike Baker, Steve Morse, James Murphy, Eric Martin, Mark Slaughter, George Lynch, Deen Castronovo, Stuart Hamm, Jonh Petrucci, Joey Vera e Carl Cadden-James (Shadow Gallery).




Dragon Attack
(1996) - Uma grande reunião de estrelas. Assim poderia ser descrito esse tributo, mas, também poderia ser descrito como uma homenagem à música do Queen em grande estilo, como de fato, a banda merece. Aqui, em cada faixa temos um time diferente. Entre os guitarristas temos Yngwie Malmsteen, Jake E. Lee, John Petrucci, Bruce Kulick, Chris Impellitteri, Marty Friedman e Ted Nugent. Nos vocais aparecem James La Brie, Lemmy Kilmister, Jeff Scott Soto, Paul Shortino, Glenn Hughes e Mark Boals. No baixo temos Tony Franklin, Rudy Sarzo e Joey Vera e, na bateria, estrelas como Tommy Aldridge, Carmine Appice e Eric Singer.



Thunderbolt (1997) - Performances matadoras e envenenadas (se é que é possível envenenar mais) de clássicos da banda australiana liderada por Angus Young. Participaram estrelas como Kevin DuBrow (R.I.P.), Carlos Cavazo, Rudy Sarzo, Frankie Banali, Sebastian Bach (arroz de festa), Joe Lynn Turner, Jeff Pilson, Simon Wright, Dee Snider, Billy Sheehan, Pat Torpey, Tony Franklin, Jake E. Lee e Lemy Kilmister, só para citar os principais.




Legends of Metal (1997/1998) - A gravadora Century Media acertou em cheio no cast recrutado para o tributo ao Judas. O vol. 1 é bom, por que a música do Judas Priest ajuda bastante, mas, prefiro o vol. 2, no qual destaco: Iced Earth - The Reaper, Blind Guardian - Beyond the Realms of Death, Gamma Ray - Exciter, Angra - Painkiller, Kreator - Grinder, Skyclad - Dreamer Deceiver e Leviathan - Night Comes Down.





Catch the Rainbow (1999) - Produzido por Uli Kusch (ex-Helloween, ex-Master Plan), esse disco traz músicos de bandas alemãs como Helloween, Gamma Ray, Grave Digger e Primal Fear, interpretando os grandes clássicos de todas as fases do Rainbow, a primeira com Dio, a segunda com Bonnet e a última com Joe Lynn Turner nos vocais. Belo repertório!





Holy Dio (1999) - Foi louvável a iniciativa da Century Media prestar esse tributo ao grande Ronnie James Dio e seus serviços prestados ao rock and roll durante sua passagem por bandas como Rainbow, Black Sabbath e Dio, justamente no momento em que sua carreira estava passando por grandes dificuldades. Depois desse tributo, Ronnie retomou o estilo do passado que o consagrou (veja matéria aqui). A garra que as bandas colocaram em suas faixas torna esse tributo especial, digno de nota 10. Confira as performances matadoras de Blind Guardian, Primal Fear, Doro, Fates Warning, Gamma Ray, Jag Panzer, Yngwie Malmsteen, Grave Digger, Hammerfall, Stratovarius e Alex Rudi Pell, entre outros.

Confira também uma página exclusiva sobre tributos relacionados a Ronnie James Dio (13 no total) aqui.




Bat Head Soup (2000) - Para se fazer um tributo a artistas lendários como Ozzy Osbourne, é preciso ter muito cuidado e também contar com um time muito competente para realizar o trabalho, afinal, Ozzy sempre trabalhou com a mais seleta nata de músicos. Pois é exatamente isso que você vai encontrar aqui. Sente só: Tim "Ripper" Owens, Yngwie Malmsteen, Tommy Aldridge, Derek Sherinian, Mark Slaughter, Brad Gillis, Eric Singer, Lemmy Kilmister, Ritchie Kotzen, Tony Franklin, Dee Snider, Doug Aldrich, Tony Levin, Jason Bonham, Joe Lynn Turner, Steve Lukather, Jeff Scott Soto, Bruce Kulick, Pat Torpey, Paul Gilbert, Scott Travis, George Lynch, Stu Hamm, Gregg Bissonette, Reb Beach e Jeff Pilson. Ufa!





Tribute to Van Halen
(2000) - Joe Lynn Turner e Jeff Scott Soto roubam a cena, incorporarando o espírito do Van Halen nos tempos de David Lee Roth. Lynn Turner canta Dance The Night Away acompanhado por Reb Beach, Marco Mendoza e Gregg Bissonette, enquanto Soto canta So This Is Love ao lado de Blues Saraceno, Tony Franklin e Eric Singer. Outros músicos que participaram foram Dweezil Zappa, Mark Slaughter, Doug Aldrich, Yngwie Malmsteen, Billy Sheehan, George Lynch, Bruce Kulick e muitos outros. O disco foi muito bem produzido por Kulick e a única ressalva é que boas músicas ficaram de fora por que decidiu-se fazer apenas as da era David Lee Roth.





The Keepers of Jericho
(2000/2003) - Depois do boom de bandas de metal melódico de meados dos anos 90, nada melhor do que prestar um tributo para a mãe de todas elas, o Helloween. Divido em duas partes, a primeira saiu em 2000 e contou com Rhapsody, Sonata Artica, Heavens Gate, Metalium, Vision Divine, Labirynth, Dark Moor, Secret Sphere, entre outros. A segunda parte saiu em 2003 e o time escalado para a continuação foi basicamente o mesmo, com o acréscimo de Iron Savior e Steel Attack. Grandes álbuns, músicas bem selecionadas e com grandes performances.



A Tribute to the Scorpions (2001) - Este aqui é especial por que não foi forjado, isto é, a gravadora Nuclear Blast apenas reuniu as gravações que já haviam sido feitas pelos artistas do seu cast. O resultado? Fora de série! Interpretações que merecem destaque: He´s a Woman She´s a Man (Helloween), Rock You Like a Hurricane (Sinergy), Still Loving You (Sonata Artica), Blackout (Stratovarius) e Don´t Stop at the Top (Children of Bodom).




Twisted Forever (2001) -Belo tributo a Dee Snider & Cia, que estavam um pouco esquecidos. Motorhead, Anthrax, Overkill, Sebastian Bach, Hammerfall, Cradle of Filth entre outros participaram do projeto. Destaque absoluto para Shoot ´Em Down na voz de Lemmy, impossível ficar indiferente. Excelente disco que mostra que a força das músicas das Sisters não diminuiu com o tempo.




A Tribute to the Beast
(2002) - O Iron Maiden é sem dúvida a banda campeã em tributos. Alguns chegam a ser sofríveis, com gravações muito ruins, enquanto outros são verdadeiras fraudes, utilizando nomes de artistas que não fizeram parte da homenagem. Embalada pelo sucesso do tributo ao Scorpions lançado no ano anterior, a Nuclear Blast repetiu a fórmula com o Iron Maiden, reunindo gravações dos artistas do seu cast e novamente, obteve um resultado final muito bom. Destaques para as faixas Hallowed Be Thy Name (Cradle of Filth), Running Free (Grave Digger) e Children of the Damned (Therion), além de outras. Posteriormente, foi lançado A Tribute to the Beast vol. 2, mas com um cast inferior ao deste qui.




Pigs and Pyramids (2002) - Configura-se tarefa ingrata prestar um tributo a certas bandas como o Pink Floyd, que tem uma carreira extensa e bastante diversificada. A primeira fase, com Syd Barret é extremamente psicodélica, enquanto a segunda, quando Waters toma a frente, é a mais pirada (como ele). A terceira, quando Waters sai e Gilmour assume os vocais, é mais light e mais comercial. Esse tributo, infelizmente, só contempla músicas da segunda fase e por isso, mostra apenas uma faceta da banda. Os músicos que participaram foram: Greg Bissonette, Derek Sherinian, Billy Sherwood, Chris Squire, Alan White, Steve Lukather, Marco Mendoza, Vinnie Colaiuta, Jeff Scot Soto, Pat Torpey, Glenn Hughes, Tony Franklin, Aynsley Dunbar, Dweezil Zappa, Tony Kaye, Ritchie Kotzen, Tony Levin, Bob Kulick & Bruce Kulick, e Eric Singer.





Spin the Bottle
(2004) - Este é sem dúvida, um grande tributo. A começar pela banda em questão, o Kiss. Depois, pelo time escalado, que contou com grandes vocalistas como Dee Snider, Mark Slaughter, Kip Winger, Tommy Shaw, Lemmy Kilmister, entre outros, e, finalmente, pela capa, muito interessante. Ficou com vontade de ouvir?





A Tribute to Accept (2006) - Mais um capítulo da série de tributos lançados pela Nuclear Blast. Desta vez, os homenageados sãos os alemães do Accept. Os artistas que participaram desse tributo foram Hammerfall, Primal Fear, Grave Digger, Metalium, Dimmu Borgir, entre outros. Também foi lançado o vol 2, igualmente bom.




Butchering the Beatles (2006) - São tributos como esses que nos fazem pensar sobre a grandeza e o peso da influência de bandas como os Beatles. É incrível como essas canções não envelheceram, muito pelo contrário, tornaram-se bastante atuais com a nova roupagem dada pelos músicos convidados. Destaques para Hey Bulldog com Alice Cooper, Steve Vai, Duff McKagen e Mikkey Dee; Back In The USSR com Lemmy Kilmister, John 5 e Eric Singer; Lucy In The Sky With Diamonds com Geoff Tate, Michael Wilton, Craig Goldy, Rudy Sarzo, Simon Wright and Scott Warren; Magical Mystery Tour com Yngwie Malmsteen; Day Tripper com Jack Blades eTommy Shaw (Damn Yankees) e Hey Jude com Tim "Ripper" Owens, sensacional, mas pensei que era o Halford, uahuahua.




Para mais informações sobre esses e outros tributos, dê uma olhada aqui , ou aqui, se quiser baixar os inúmeros tributos ao iron já lançados. To be continued...

segunda-feira, 10 de março de 2008

Melhores vocalistas de heavy metal - resultado da enquete

Já que a enquete sobre os melhores vocalistas de heavy metal acabou, posso revelar o meu voto. Votei em Ronnie James Dio, que para mim, é a própria voz do heavy metal. Mas gosto não se discute. ...and the oscar goes to... Bruce Dickinson! Nenhuma surpresa, pois a donzela de ferro é extremamente popular no Brasil, mas o cara merece. Ronnie James Dio ficou em segundo e o brasileiro André Matos ficou (merecidamente) em terceiro, na frente do (já) lendário Michael Kiske.

A pergunta da enquete foi respondida por 72 pessoas, perfazendo um total de 179 votos, já que era permitido votar em mais de um vocalista. A seguir o resultado completo com o número de votos que cada um recebeu e a respectiva porcentagem de eleitores que votou.


Bruce Dickinson - 45 votos ( 62 %)


Ronnie James Dio - 33 votos (45 %)


André Matos - 24 votos (33%)


Michael Kiske - 21 votos (29%)


Rob Halford - 17 votos (23 %)


Jeff Scott Soto - 11 votos (15%)


Eric Adams - 9 votos (12 %)


Fábio Lione - 7 votos (9%)


Geoff Tate - 7 votos (9%)


Ralph Scheepers - 5 votos (6 %)


Agradeço a todos que votaram e desde já vos convoco para participar da nova enquete: qual é o seu solo de guitarra preferido? É claro que existem inúmeros guitarristas excelentes, nos mais variados estilos, mas, vamos nos ater apenas aos guitarristas de rock, só pra não perder o costume. Dê uma olhadinha aí ao lado direito da página e vote sem pestanejar, pois desta vez não é permitido votar em mais de um.

Van Halen - Balance (1995)

Amadurecimento, em geral, traz benefícios para qualquer um, porém, para uma banda de rock, isso pode significar decadência. Quantas e quantas bandas, depois de algumas décadas de estrada, começam a demonstrar sinais de desgaste, e o melhor que conseguem fazer é um cover de si mesmos, e olhe lá. Pois bem, o Van Halen, que lançou seu primeiro álbum em 1978 (clássico absoluto!), fugiu a essa regra.

Lançado em 1995, Balance é um trabalho magnífico, cujo título traduz exatamente o seu conteúdo, um equilíbrio entre peso e melodia, agressividade e suavidade. O amadurecimento trouxe muitos benefícios para a banda, principalmente para o estilo de tocar de Eddie Van Halen. Ouça as três primeiras faixas, Seventh Seal, Can´t Stop Lonvin´You e Don´t Tell Me (Waht Love Can Do) e perceba como ele está tocando limpo, mas ao mesmo tempo pesado. A tradicional divisão base/solo foi praticamente abolida, o que torna Eddie um guitarrista diferenciado, além, é claro, dos seus solos, que continuam sendo nitroglicerina pura!

O lado baladeiro da banda foi bem explorado nesse trabalho. Além da já citada Can´t Stop Lovin´You, tocada até a exaustão nas rádios naquela época, temos também Not Enough e Take Me Back (Deja Vu), mas não se engane, o jeito vanhaleano de fazer baladas é único. Confira aqui, mas não se esqueça, respeite os direitos autorais, apague os arquivos em 24 horas, e se gostar, compre o cd!!!

sexta-feira, 7 de março de 2008

Kiss - mestres do merchandise

Todo cidadão que se interessa por rock já ouviu falar do Kiss. Aqueles mascarados, um que só fica mostrando a língua, o outro que só fica rebolando, etc, etc... e tocam aquela música: "I wanna rock and roll all night..." pois é, são eles mesmo. Qualquer um que veja uma apresentação do Kiss percebe que eles são mestres na arte de se auto-promover e de se auto-endeusar, mas, o que muitos talvez não saibam é que, além de suas performances ferozes no palco, o Kiss também vêm se mostrando feroz no licenciamento de produtos que utilizam o seu nome.

A lista de produtos é muito grande e vou mostrar aqui alguma coisa que encontrei na grande rede. Vejam só isso:

Bonecos de pano


Jogo de Damas


Camisinha



Cosméticos


Uma espécie de Banco Imobiliário


Avental


Botas do Paul Stanley



Bola de boliche


Mesa (custa apenas 500 dólares)

E pra fechar a conta e passar a régua (literalmente!), por uma bagatela de 4.000 dólares, o fã mais ardoroso pode levar a banda para a eternidade, adquirindo o caixão do Kiss, que serve também de freezer para gelar uma cervejinha enquanto o sujeito não bate as botas. Não é o máximo?



quarta-feira, 5 de março de 2008

Whitesnake - Good To Be Bad (2008)

David Coverdale saiu do Deep Purple em 1976, levando na bagagem os clássicos Burn, Stormbringer e Come Taste the Band. Logo em seguida, lançou seu primeiro trabalho solo, batizado de Coverdale’s Whitesnake. O segundo álbum desse projeto, Northwinds (1977), foi produzido por Roger Glover (Deep Purple) e contou com a participação de Ronnie James Dio nos ‘backing vocals’ (que coisa!). Em 1979, John Lord se juntou à banda e em 1981 foi a vez de Ian Paice, mas, apesar de ser praticamente o Deep Purple, o Whitesnake dessa época se manteve fiel ao seu estilo hard rock de fazer baladas, sempre com muito "love" nas letras.

Em 1982, Paice deixa a banda e é substituído por ninguém menos que Cozy Powell (ex-Rainbow). Daí em diante, muitas mudanças aconteceram, na imagem da banda, que assumiu o estilo poser muito em alta naquela década, no som, que se tornou mais farouf e também na formação, principalmente nas guitarras, que passaram pelas mãos de grandes nomes como John Sykes, Adrian Vandenberg e Steve Vai.

No final da turnê de Slip of The Tongue, em 26 de setembro de 1990, Coverdale anunciou que o Whitesnake ficaria na geladeira. Em 1993, juntamente com Jimmy Page, lançou o projeto Coverdale-Page e brincou um pouquinho de ser Robert Plant. No ano seguinte, Coverdale reformulou o Whitesnake que, em 1996, lançou o álbum Restless Heart, cuja turnê passou inclusive pelo Brasil. Mas, a energia de antes parecia não estar mais presente nas músicas e nas apresentações da banda.

Em 2003, para delírio dos fãs, o Whitesnake resolveu colocar os pés na estrada novamente, e para tal empreitada, Coverdale recrutou uma formação matadora: Reb Beach (ex-Winger) e Doug Aldrich (ex-Dio) nas guitarras, Tommy Aldridge (ex-Ozzy e mais um monte de coisas) na batera, Marco Mendoza no baixo e Timothy Drury nos teclados. Essa reunião rendeu um excelente registro chamdo Live...In The Shadow of the Blues (2006). A energia estava de volta, e em altas doses!


O sucesso alcançado por essa nova formação do Whitesnake merecia ser coroado com um novo trabalho, com novas canções. Um disco só com músicas inéditas se tornou então o objeto de desejo dos fãs, que aguardaram ansiosamente por esse dia, que enfim chegou. Após 11 anos de espera, desde Restless Heart, vai ser lançado no dia 21 de abril na Europa e no dia 22 nos EUA, Good To Be Bad, o novo disco de estúdio do Whitesnake. A formação que gravou esse álbum, infelizmente, não foi a mesma que gravou Live...In The Shadows of the Blues: Doug Aldrich e Reb Beach nas guitarras, Uriah Duff no baixo, Timothy Drury nos teclados e Chris Frazier na bateria.


Minhas primeiras impressões ao ouvir cada faixa foram as seguintes:

Best Years - moderna e pesada.

Can You Hear The Wind Blow - moderna e pesada, com a cara dos novos guitarristas, principalmente de Aldrich, que toca bem sujo.

Call On Me - riff lembra Still of the Night.

All I Want All I Need - baladinha açucarada para tocar nas Fms, refrão grudento, onde Coverdale abusa de sua voz grave e rouca. Super interpretação.

Good To Be Bad - lembra um pouco a fase com John Sykes que passou pelo Brasil no lendário Rock in Rio em 1985, mas, com um leve toque de modernidade também. Empolgante refrão: "Sometimes is good to be bad, bad to the bone!"

All For Love - boa pegada, elementos oitentistas.

Summer Rain - super balada, essa música é séria candidata a hit, apesar de fortemente comercial, é muito boa, com a interpretação marcante de Coverdale.

Lay Down Your Love - outro petardo oitentista com um super refrão grudento, com direito a backing vocals estilo gospel.

A Fool In Love - pegada blueseira com um bom peso, característica do Whitesnake.

Got What You Need - rock bem energético, lembra muito a fase Moody-Marsden do final dos anos 70, início dos anos 80, porém, com muito mais peso.

´Till the End of Time - balada densa, profunda, para arrancar lágrimas dos fãs. Graaaande interpretação. Coverdale realmente é insuperável!!!

Segundo o site whiplash, o disco estará disponível também em edição dupla, contendo um CD extra, pôster, fotos, adesivos e uma faixa multimídia com o clipe de "Ready To Rock". Se você não aguentar esperar, pode baixar a versão simples mesmo no Believing (excelente blog de hard rock!), mas lembre-se, após 24 horas você deve apagar os arquivos do seu computador.

No geral, gostei do trabalho e achei que a banda ainda é relevante. É natural para quem curtiu muito outras épocas, comparar um trabalho novo com os discos dos áureos tempos da banda. Modernizações são quase inevitáveis, mesmo por que, o único remanescente é Coverdale, e os novos integrantes sempre colocarão o seu estilo nas músicas que fizerem. Mas, o principal é que David Coverdale, que nasceu em 22 de setembro de 1951, entrou no Deep Purple aos 22 anos, ainda está ready to rock aos 57 anos de idade. Deus proteja essa garganta de ouro!


P.S.: Considera-se Trouble (1978) o primeiro trabalho de fato do Whitesnake, e se repararmos bem, Restless Heart vem assinado por David Coverdale & Whitesnake. Sendo assim, Good To Be Bad é o décimo álbum de estúdio da banda, o que esclareceria o X na capa desse álbum.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Martin "Live Animal" Birch - este é O cara !!!

A figura do produtor musical nem sempre é reconhecida ou mesmo valorizada, mas é esse profissional que transforma as idéias das bandas, muitas vezes extremamente malucas, em música. É ele o responsável por "extrair" o melhor de cada um, mesmo que para isso, tenha que levar o músico à loucura, que o diga Bruce Dickinson, que teve que repetir dezenas de vezes o grito da introdução de The Number of The Beast, até Martin Birch achar que estava bom.

Muitos produtores fizeram seu nome produzindo discos de rock, mas, provavelmente, nenhum se igualou a Martin Birch, responsável por grande parte dos sucessos de Deep Purple, Rainbow, Whitesnake, Black Sabbath e Iron Maiden, só para citar os principais.

Uma história envolvendo Martin Birch merece ser contada aqui. Estava ele dirigindo o seu carro numa folga das gravações de The Number of the Beast quando se envolveu num acidente. Dias depois, recebeu a conta da oficina mecânica: 666 libras esterlinas. Recusou-se a pagar este valor, pagando 667 libras.

ALGUNS discos produzidos por Martin Birch, veja se você conhece algum:


1969 - Then Play One (Fleetwood Mac)

1970 - In Rock (Deep Purple), Wishbone Ash (Wishbone Ash)

1971 - Fireball (Deep Purple)

1972 - Machine Head (Deep Purple)

1973 - Who Do We Think We Are (Deep Purple)

1974 - Burn e Stormbringer (Deep Purple)

1975 - Ritchie Blackmore´s Rainbow (Rainbow), Come Taste the Band (Deep Purple)

1976 - Rising (Rainbow), Made in Europe (Deep Purple)

1977 - Last Concert in Japan (Deep Purple)

1978 - Long Live Rock and Roll (Rainbow), Snakebite (Whitesnake)

1979 - Lovehunter (Whitesnake)

1980 - Heaven and Hell (Black Sabbath), Live... in the Heart of the City (Whitesnake)

1981 - Mob Rules (Black Sabbath), Killers (Iron Maiden)

1982 - The Number of the Beast (Iron Maiden), Assault Attack (Michael Schenker Group), Saints & Sinners (Whitesnake)

1983 - Piece of Mind (Iron Maiden)

1984 - Slide It In (Whitesnake), Powerslave (Iron Maiden)

1985 - Live After Death (Iron Maiden)

1986 - Somewhere in Time (Iron Maiden)

1988 - Seventh Son of a Seventh Son (Iron Maiden)

1990 - No Prayer For the Dying (Iron Maiden)

1992 - Fear of the Dark (Iron Maiden)

Em seguida, não sei por que, resolveu se aposentar. O mundo do rock nunca mais foi o mesmo. Mas, o que podemos dizer? Thanks Martin!