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Um exemplo clássico do que estou falando é o álbum Chameleon do Helloween. À época do seu lançamento, em 1993, esse trabalho foi execrado pela crítica e também pelo público, inconformado com a suposta traição dos integrantes ao heavy metal. Hoje, 15 anos após o lançamento desse álbum, podemos fazer uma análise mais tranquila e mais equilibrada do que aconteceu.
Primeiro, é preciso situar o leitor mais desatento. Em 1993, o heavy metal estava em baixa, pois ainda reinavam nas Mtv´s da vida as bandas grunge de Seattle e, portanto, lançar um álbum metálico naquela época era certeza de virar acervo permanente nas lojas de discos. Em particular, o Helloween não vinha de um álbum muito bom, o regular Pink Bubbles Go Ape, igualmente massacrado pela crítica e público, além de ter perdido, houvera pouco tempo, Kai Hansen, um dos fundadores da banda.
A avaliação do fã ao colocar Chameleon na vitrola não poderia ter sido diferente: "a banda degringolou de vez, não é mais metal, tá fazendo um sonzinho bem comercial! Traidores!" Nunca na história da música pesada, houve um equívoco tão grande, pois com a isenção do isolamento temporal (enfu!) posso garantir: o disco é absolutamente sensacional! Soberbo!
A música que abre o disco é a alegre First Time, que dá o tom do trabalho como um todo. Mas, as grandes surpresas ainda estavam por vir. Na segunda faixa, When the Sinner, aparece um naipe de metais no final da música, e é bom o ouvinte ir se preparando, pois na quarta faixa, a banda se solta de vez e manda Crazy Cat, com MUITOS metais, em um ritmo dançante! Isso mesmo! Momentos mais pesados aparecem em Giants, Revolution Now e na carismática Step Out of Hell, e momentos mais comerciais, mas sem perder o padrão Helloween de qualidade, como In the Night. Até as vóvós foram presenteadas com uma singela canção: Windmill.
Um disco transgressor, sem denominações, e que mostrou uma banda livre das amarras dos padrões e chavões do heavy metal, o que é próprio das obras-primas. Esse trabalho também marcou a despedida de Michael Kiske, que seguiu carreira solo, e de Ingo Schwichtenberg, que deixou a banda em 1993 e suicidou-se em 1995 aos 29 anos.
Um disco sensacional, imperdível e imprescindível nos dias de hoje!
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