quinta-feira, 31 de janeiro de 2008
O melancólico fim dos Compact Discs
segunda-feira, 28 de janeiro de 2008
Pepeu Gomes - 20 Anos - Discografia Instrumental (1998)
Discografia Instrumental
é um inventário sobre a carreira instrumental de Pepeu Gomes, resgatando, na íntegra, as músicas do seu primeiro trabalho solo, Geração de Som (1978) e Instrumental on the Road (1989), além de outras coisas. Portanto, você não vai ouvir aqui Sexy Iemanjá, Mil e Uma Noites de Amor ou Masculino e Feminino, que alavancaram a carreira dele como cantor na década de 80.Ao contrário, você vai ficar embasbacado e de queixo caído quando ouvir o que este baiano "retado" é capaz de fazer com a guitarra, violão, bandolim, cavaquinho, etc, etc, ... A primeira grande surpresa para quem só conhece sua carreira de cantor ao lado de sua ex-esposa Baby Consuelo, é descobrir que ele passeia com extrema classe por diversos estilos, da bossa nova e do jazz à salsa, merengue, chorinho, rumba, e sei lá mais o que, sempre acompanhado de excelentes músicos, que também dão um show à parte. Destaque para as sensacionais Cartagena, Amazônia e o estupendo pout-pourri Lamento/Noites Cariocas/Aquarela do Brasil/Assanhado/Brasileirinho, uma aula de técnica e de interpretação!
É meu amigo, se você ainda acha que Steve Vai, Joe Satriani e Steve Morse são os únicos guitarristas do mundo, você ainda precisa entender muita coisa, e a principal delas é o seguinte: o que importa na música é ter estilo, e isso Pepeu Gomes tem de sobra! Caso contrário, não teria sido convidado tantas vezes para tocar no festival de Montreaux e não teria sido considerado pela revista Guitar World o melhor guitarrista da América Latina! Chupa essa manga!
Tarja - My Winter Storm (2007)
quinta-feira, 10 de janeiro de 2008
Dio - Discografia comentada
Por onde passou, Ronnie James Dio não apenas cantava, mas escrevia a maioria das letras e criava todas as melodias vocais. Na década de 70, quando estava no Rainbow, as letras falavam sobre misticismo, magia ou simplesmente exaltavam o seu amor pelo rock and roll. No início da década de 80, quando estava no Black Sabbath, além desses temas, passou também a falar sobre cavaleiros, dragões, reis e rainhas, mas, sempre sobre a supervisão de grandes figuras como Blackmore e Iomi. Mas, cantar e escrever as letras não era o suficiente, e uma carreira solo seria inevitável, assim como a produção de seus próprios discos. Livre de interferências externas, ele optou por um rock mais pesado e mais rápido e foi ainda mais fundo nos temas mísiticos, mas nunca esquecendo o rock and roll e o caçula da família, o heavy metal. Os anos 80 seriam o auge de sua carreira.
A década de 90, ao contrário, acabou se revelando a idade das trevas da carreira solo de Ronnie James Dio. Coincidentemente ou não, o diabão não apareceu na capa de nenhum disco dessa época e os mesmos ficaram bem espaçados, com intervalos de até quatro anos. O único disco que realmente vale a pena ser ouvido desta época ele gravou com o Black Sabbath em 1992, o inoxidável Dehumanizer, uma porrada sonora na orelha! Mas, como este post trata da carreira solo do cara, vamos continuar seguindo este propósito.
No século XXI, para alegria dos antigos fãs, a inspiração parece ter retornado e discos muito bons foram lançados, uma espécie de revival dos gloriosos anos 80. Vamos à discografia!
Holy Diver (1983)
The Last in Line (1984)
O line-up está ainda mais entrosado e Vivian está ainda mais destruidor! Clássico para a eternidade! Nota: 10,0.
Sacred Heart (1985)
Intermission (1986)
Dream Evil (1987)
Depois de gloriosos dias com o Rainbow e Black Sabbath, somados a oito anos de carreira solo, Dio acumulou um currículo invejável: 15 anos de sucesso e 12 discos lançados, sendo que alguns fazem parte de qualquer lista dos 100 melhores de todos os tempos. Pode-se dizer até que todos esses discos são, no mínimo, muito bons.
O primeiro passo ladeira abaixo da carreira foi este Lock Up the Wolves. Depois de uma debandada geral da sua banda, Dio precisou se reiventar, e para isso, chamou Rowan Robertson (guitarra), Teddy Cook (baixo), Jens Johansson (teclados) e Simon Wright (bateria).
Tudo mudou. A indumentária, que deixou o couro de lado e colocou o jeans rasgado no lugar, as letras, um tanto superficiais, e, principalmente, a música, um hard rock meio forçado, pois essa definitivamente não é a praia de Ronnie James Dio. Um disco fraco. Nota: 6,0.
Strange Highways (1993)
Angry Machines (1996)
Inferno: Last in Live (1998)
Magica (2000)
Apesar de apresentarem refrão, as músicas ainda estão meio arrastadas, mas desta vez, Ronnie soube adequar as melodias vocais à sua nova condição vocal, afinal meu amigo, àquela época, o cara já estava com 58 anos! Nota: 7,5.
Killing the Dragon (2002)
Evil or Divine (2003)
Com apenas duas músicas do álbum mais recente, as eletrizantes Killing the Dragon e Push, Dio presenteia os fãs com uma verdadeira seleção best of de sua carreira, desde a inoxidável Stand Up and Shout (do Holy Diver), passando pelas clássicas We Rock (do Last in Line) , incluindo ainda coisas mais recentes como Fever Dreams e Lord of the Last Day (do Magica) e até mesmo Man on The Silver Mountain e Long Live Rock and Roll, do Rainbow e Heaven and Hell, do Black Sabbath. E a performance do cara aos 61 anos? Como o próprio Iomi comentou recentemente: ele sobe no palco e detona toda noite! Um álbum revigorante! Nota: 9,0.
Master of the Moon (2004)
Holy Diver Live (2006)
A banda é a mesma que gravou Evil or Divine, com exceção de Jimmy Bain que foi substituído pelo competente e bem rodado, no bom sentido, Rudy Sarzo. A emoção e a energia é também praticamente a mesma, com o detalhe de que neste álbum, que também teve sua versão lançada em Dvd, são executadas todas as músicas de Holy Diver, na sequência, uma atrás da outra. Cardíacos que se cuidem! Nota: 9,0.
terça-feira, 8 de janeiro de 2008
Helloween - Chameleon (1993)
Um exemplo clássico do que estou falando é o álbum Chameleon do Helloween. À época do seu lançamento, em 1993, esse trabalho foi execrado pela crítica e também pelo público, inconformado com a suposta traição dos integrantes ao heavy metal. Hoje, 15 anos após o lançamento desse álbum, podemos fazer uma análise mais tranquila e mais equilibrada do que aconteceu.
Primeiro, é preciso situar o leitor mais desatento. Em 1993, o heavy metal estava em baixa, pois ainda reinavam nas Mtv´s da vida as bandas grunge de Seattle e, portanto, lançar um álbum metálico naquela época era certeza de virar acervo permanente nas lojas de discos. Em particular, o Helloween não vinha de um álbum muito bom, o regular Pink Bubbles Go Ape, igualmente massacrado pela crítica e público, além de ter perdido, houvera pouco tempo, Kai Hansen, um dos fundadores da banda.
A avaliação do fã ao colocar Chameleon na vitrola não poderia ter sido diferente: "a banda degringolou de vez, não é mais metal, tá fazendo um sonzinho bem comercial! Traidores!" Nunca na história da música pesada, houve um equívoco tão grande, pois com a isenção do isolamento temporal (enfu!) posso garantir: o disco é absolutamente sensacional! Soberbo!
A música que abre o disco é a alegre First Time, que dá o tom do trabalho como um todo. Mas, as grandes surpresas ainda estavam por vir. Na segunda faixa, When the Sinner, aparece um naipe de metais no final da música, e é bom o ouvinte ir se preparando, pois na quarta faixa, a banda se solta de vez e manda Crazy Cat, com MUITOS metais, em um ritmo dançante! Isso mesmo! Momentos mais pesados aparecem em Giants, Revolution Now e na carismática Step Out of Hell, e momentos mais comerciais, mas sem perder o padrão Helloween de qualidade, como In the Night. Até as vóvós foram presenteadas com uma singela canção: Windmill.
Um disco transgressor, sem denominações, e que mostrou uma banda livre das amarras dos padrões e chavões do heavy metal, o que é próprio das obras-primas. Esse trabalho também marcou a despedida de Michael Kiske, que seguiu carreira solo, e de Ingo Schwichtenberg, que deixou a banda em 1993 e suicidou-se em 1995 aos 29 anos.
Um disco sensacional, imperdível e imprescindível nos dias de hoje!
segunda-feira, 7 de janeiro de 2008
Manowar - Warriors of the World (2002)
Nono disco de estúdio de uma carreira que começou oficialmente em 1982, Warriors of the World é um disco surpreendente. A primeira faixa, Call to Arms, mostra um Manowar mais maduro, mais preciso, e com um Eric Adams irrepreenssível, mais agressivo e certeiro (aliás, como sempre). A terceira, Nessun Dorma (Puccini) é uma ópera que ficou famosa na voz do tenor italiano Luciano Pavarotti, e foi gravada pelo Manowar em homenagem à mãe de Adams, que faleceu durante as gravações. O cara dá um show e se mostra ao mesmo tempo corajoso e versátil. An American Trilogy é uma junção de três músicas tradicionais americanas que foi lançada ao vivo por Elvis Presley em 1972, mas que ficou muito boa na voz de Adams.
Bem, a parte mais tranquila desse disco termina com a instrumental The March. Daí pra frente meu amigo, são quatro cacetadas na sua orelha, sem dó nem piedade: Warriors of the World United, um verdadeiro hino, com um refrão grudento e backing vocals estupendos, seguido de Hand of Doom, House of Death e Fight Until We Die.
Tirando o marketing, as roupas de couro colada, as letras sobre espadas, guerreiros e cavalos, as capas sempre com homens musculosos e outras viadagens, os caras realmente tocam pra c...! E tudo é feito com tanta paixão, com tanta verdade e convicção, que você realmente se sente em um campo de batalha, lutando ao lados dos brothers of metal pela sua liberdade!!! ehehehe
Exageros à parte, os caras se mantiveram fiéis ao que se propunham durante mais de 25 anos, e considero este Warriors of the World uma pequena ousadia, mas que não afetou em nada a imagem da banda, pelo menos pra mim, pois acho que só as grandes bandas de verdade tem coragem de ousar e experimentar novos horizontes. Um discaço!