domingo, 29 de junho de 2008

Hudson Cadorini - Turbination (2008)


Quem já foi a algum show da dupla sertaneja Edson & Hudson, ou mesmo os assistiu pelo youtube, sabe que lá pelas tantas o Hudson pega sua guitarra e faz um solo onde se percebem fartas influências roqueiras.

Bem, até aí, nada demais. Vários sertanejos tocam algum instrumento (e alguns fingem também, ehehe), outros já se declararam fãs de rock (Christian e Ralf se amarram em Pantera!) mas esse cara foi além, gravou um disco de rock. O trabalho chama-se Turbination, e é mezzo instrumental mezzo cantado e conta com convidados de peso: Andria e Ivan Busic no baixo e bateria e Andreas Kisser participando na guitarra.

Ao terminar de ouvir o trabalho do cara tive uma certeza: o cara não toca guitarra apenas, ele é guitarrista mesmo, e dos bons. Quanto às composições, algumas empolgam, com uma pegada bem legal, enquanto outras ficam muito presas ao formato base-solo, ou seja, falta o desenvolvimento de um tema. Tentando explicar de outra forma: mesmo quando a música é instrumental, ela tem uma parte cantada por algum instrumento, no caso dele, seria a guitarra mesmo.

Apesar disso, qualquer iniciativa no sentido de elevar o rock and roll no Brasil é louvável, e quando se trata de um trabalho bem feito, bem gravado e acima de tudo honesto, temos que tirar o chapéu. Agora, como cantor o cara se revelou um excelente guitarrista.

Para quem quiser conferir, aí vai o link. Agradecimentos ao Ulires do Ziunanet.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Revolution Renaissance - New Era (2008)


Recentemente, o guitarrista, líder e faz-tudo do Stratovarius, Timo Tolkki, anunciou o fim da banda em seu site oficial. Mesmo já esperando essa notícia, principalmente por causa do fracasso total e absoluto da tentativa de retorno da banda após o longo tratamento de saúde de Tolkki (ouça Stratovarius (2005) e decepcione-se!), quem é fã da banda, como eu, ficou bastante chateado com a confirmação desse fato.

Afinal de contas, o Stratovarius chegou a ser cogitado pelos idos de 1998 como o sucessor do Iron Maiden ao posto de maior banda de heavy metal do mundo. Eu explico antes que um fã mais ardoroso da donzela de ferro se sinta ofendido. É que nessa época a referida banda inglesa não estava passando por um bom momento, tendo que suportar Blaze Bailey cantando (quanta maldade...). A banda finlandesa, ao contrário, passava por uma fase gloriosa, com álbuns magníficos já lançados, como Episode, Destiny e o espetacular, estrondoso e magnífico Visions.

Mas, quis o destino que assim terminasse a gloriosa carreira do Stratovarius, que, apesar de não ter correspondido às expectativas da mídia (principalmente por causa da saúde de Tolkki), tem uma bela história escrita no Livro de Ouro do Rock and Roll.

Antes da separação definitiva, a banda estava trabalhando naquele que seria o verdadeiro retorno triunfal. Revolution Renaissance em sua versão demo vazou na net, coisa frequente nos dias de hoje, e podemos constatar, mesmo que as músicas ainda não estivessem devidamente mixadas, que os caras não estavam de brincadeira, e que a magia parecia estar de volta. Belas canções no estilo dos referidos álbuns da época de ouro da banda me fizeram crer que agora a coisa ia andar.

Eis que brigas internas, desentendimentos, egos insuflados e toda aquela baboseira que estamos cansados de relatar aqui fizeram com que Tolkki desse uma de Justus e demitisse todo mundo. E por incrível que pareça, todos saímos ganhando muito com isso! Kotipelto é um excelente vocalista e tinha, digamos, a cara e a voz da banda, mas, devido ao desgaste de relacionamento, o clima parecia não estar mais muito agradável. Vamos continuar ouvindo a sua bela voz na sua carreira solo, com certeza.

Bem, e o que fez Tolkki? Pegou pesado!!!!!!!! Aproveitou todo o trabalho que já estava feito, batizou a nova banda de Revolution Renaissance e, de quebra, chamou um dream team para cantar: Michael Kiske (ex-Helloween), Tobias Sammet (Edguy e Avantasia) e Pasi Rantanen (alguém conhece esse? O cara canta hein!).

Os nossos ouvidos agradeceram muito! Baixem as duas versões nos links abaixo e tirem suas próprias conclusões!

Formação do Revolution Renaissance:

Timo Tolkki - guitars
Pasi Heikkilä - Bass
Joonas Puolakka - Keyboards
Mirka Rantanen - Drums
Michael Kiske - Vocals on 2, 4, 8, 9 & 10
Tobias Sammet - Vocals on 1 & 6
Pasi Rantanen - Vocals on 3, 5 & 7

Links:

http://lix.in/-2505d1 (demo com Timo Kotipelto nos vocais)

http://lix.in/-2ca610 (versão oficial com Michael Kiske, Tobias Sammet e Pasi Rantanen nos vocais)

Créditos dos links para o Power Ride!

terça-feira, 24 de junho de 2008

Michael Kiske - Past in Different Ways (2008)


Após sua saída do Helloween na primeira metade da década de 1990, Michael Kiske declarou-se convertido a uma religião obscura e saiu alardeando pelos quatro cantos que odiava o heavy metal, literalmente cuspindo no prato que comeu por quase dez anos. Lançou bons álbuns como artista solo, todos fazendo uma linha mais light, com pouco peso mas ainda assim bons, a saber: Instant Clarity (96), Readiness to Sacrifice (99) e Kiske (06). Nesse longo espaço entre o segundo e o terceiro disco solo, montou uma banda chamada Supared, que lançou um fraco álbum homônimo em 2003.

Eis que recentemente, mr. Kiske coloca no mercado um disco apenas com canções de sua fase heavy metal, todas recebendo uma releitura. Bem, ao ouvir o trabalho fiquei decepcionado e contente ao mesmo tempo. Decepcionado por que, tirando o instrumental, basicamente acústico, as linhas vocais são idênticas às gravações originais, e contente exatamente pelo mesmo motivo, por que o cara continua com a mesmíssima voz, cantando muito bem.

Pra mim, continua figurando a lista dos dez melhores vocalistas de heavy metal de todos os tempos.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Rush - uma banda ou uma religião? Parte 2

Fase progressiva:
Classificar uma banda como o Rush é extremamente difícil, já que os caras inventaram seu próprio estilo. Fazer uma divisão da sua carreira em fases é mais difícil ainda, pois não existe uma direção definida e como já mencionei na primeira parte deste post, a liberdade de criação sempre foi a tônica da carreira da banda. Mas, como gosto de desafios e tenho disposição para aguentar as críticas que virão, fiz uma divisão baseada nos álbuns ao vivo, que de certa forma, demarcam o final de uma fase e o início da outra.

Pois então, a fase progressiva é caracterizada por um uso mais explícito dos sintetizadores e dos famosos Taurus Pedals (quem toca baixo ou guitarra e tem mais de 30 anos deve saber bem o que são e quem tem menos, joga no google pra saber, uahuahauha). Além disso, as músicas estão mais longas e subdividas em várias partes, e todos os três estão no auge do seu vigor físico e intelectual.

A Farewell to Kings (1977)
Em uma fase inspiradíssima, a banda compõe um dos seus álbuns mais geniais, enterrados no progressivo até o pescoço. Os sintetizadores aparecem explicitamente, principalmente nos interlúdios (quando Geddy deixava o baixo e liberava suas mãos para os teclados). É aula pra todo lado, de baixo, de guitarra e de bateria. O disco pode (e deve) ser ouvido da primeira à última faixa, e não há como destacar alguma música, já que a faixa título, Xanadu, Closer to the Heart, Cinderella Man, Madrigal e Cignus X-1 formam uma obra completa e irretocável.



Hemispheres (1978)
A capa faz uma alusão ao que se deve esperar do álbum. O homem nu de um lado do cérebro representa o lado emocional, enquanto o homem de terno, do outro lado, representa o lado racional. É o que se ouve neste fantástico disco, um balanço entre a melodia das canções e a técnica apurada dos músicos. Apesar de ter apenas 4 músicas, este álbum traz dois dos maiores sucessos da banda: a clássica The Trees e a instrumental La Villa Strangiato, que faz qualquer baterista cair em prantos de tanta emoção.


Permanent Waves (1980)
Um disco que já apontava para a próxima transição, apresentando sinais da nova fase que estava chegando, o que pode ser conferido em The Spirit of Radio, um grande sucesso nas Fm's. Mas, o que ouvimos aqui ainda está bastante enraizado no progressivo (ouça Jacob´s Ladder e Natural Science). Geddy já não berra tanto, está bem mais contido e consciente de sua voz, o que torna a audição mais agradável.




Moving Pictures
(1981)
Sem sombra de dúvida, o disco mais bem sucedido comercialmente da banda, graças ao hit radiofônico Tom Sawyer, tema dos seriado global Profissão: Perigo. Porém, não deve passar em branco o fato do disco como um todo ser muito bom. Destaque para os clássicos eternos: Red Barchetta, YYZ e Limelight. O sucesso comercial não foi coincidência, visto que as músicas estão ligeiramente mais acessíveis ao público em geral.




Exit...Stage Left
(1981) (ao vivo)
Segundo registro ao vivo da banda, e, para variar, os caras reproduzem ao vivo tudo o que fazem no estúdio, com um plus, a energia do palco. Geddy, Alex e Neil não precisam nem olhar mais um para o outro, é impressionante o nível de entrosamento que esses caras atingiram. Encerraram aqui a fase progressiva.


Continua...

quarta-feira, 11 de junho de 2008

Kiss Symphony - the DVD (2003)


Depois da moda dos acústicos veio a moda de tocar com uma orquestra. Apesar disso não ser uma grande novidade (o Deep Purple gravou com orquestra pela primeira vez no final dos anos 60), apenas recentemente essa moda tomou corpo e vários artistas de peso como Metallica, Scorpions, Dream Theater e Deep Purple (pela segunda vez) o fizeram . Em 2003 foi a vez do Kiss embarcar nessa viagem.

Kiss Symphony - the DVD é um dvd duplo altamente indicado para fãs. No primeiro disco está o show, e, bem, o que dizer de um show do Kiss? Muita produção com fogos de artifício, maquiagem, caras e bocas e só os grandes clássicos. O que a banda exagera no visual ela economiza no som, deixando apenas a essência do rock and roll, e exatamente por isso é que Paul Stanley (56), Gene Simons (59), Peter Criss (61) e Ace Frehley (57) (substituído nesse show por Tommy Thayer), formam um time sensacional, e juntamente com a orquestra de Melbourne realizaram um espetáculo memorável.


No segundo disco estão os bastidores, as reuniões de Paul Stanley e Gene Simons com o maestro David Campbell, os ensaios com a orquestra, a produção do palco, etc. É uma excelente chance para os fãs ficarem sabendo como é complicado realizar um espetáculo dessa natureza. Ali também é possível ver os empresários Paul e Gene trabalhando, sem máscaras, é claro. Os caras têm total controle sobre as suas músicas e chegaram onde chegaram (segundo a revista Veja, a fortuna de Gene é de 250 milhões de dólares) por que encaram tudo com muito profissionalismo e seriedade. Agora, quando eles colocam as máscaras, ah, aí é hora da festa começar!

Rock and roll all night, party ev'ry day!!!!!!!


segunda-feira, 9 de junho de 2008

Europe - Live From the Dark (2005)

Já comentei neste blog sobre as reunions de vários dinossauros do rock e suas respectivas intenções nem sempre sinceras (leia-se caça-níqueis). Porém, eis aqui uma honrosa exceção que vale muito a pena ser citada: a volta do Europe.

Ícone do hard/hair/poser dos anos 80 e responsável por mega-sucessos como The Final Countdown, Carrie, Cherokee, dentre muitos outros, as músicas do Europe eram presença sempre garantida nas vitrolas das festinhas americanas, aquelas em que meninos levavam bebidas e meninas levavam comida.

Dissolvida no começo dos anos 90, a banda retornou em 2004 com o excelente álbum Start From the Dark e o registro dessa turnê deu origem ao dvd Live From the Dark, gravado ao vivo no lendário Hammersmith em Londres.

Um longo set passeia por toda a carreira da banda, com todos os clássicos incluídos, desde Seven Doors Hotel, do primeiro disco, passando por Wings of Tomorrow do segundo e Rock the Night do terceiro, além de praticamente todas as faixas do novo álbum.

É latente que a banda se renovou, mostrando agora músicas mais maduras, com riffs bastante pesados de John Norum (até um pouco desproporcionais para o hard rock) e a bela voz de Joey Tempest, que apesar de um pouco desgastada pelo tempo e pelos excessos de outrora, ainda é capaz de emocionar e embalar muitas histórias de amor por aí afora.

Baixe aqui o áudio do dvd e sinta o poder de fogo que a banda ainda tem pra mostrar! (Créditos do link para a Combe do Iommi).

sábado, 7 de junho de 2008

Rush - uma banda ou uma religião? Parte 1

O Rush é uma daquelas bandas que provoca reações extremas no público. Existem aqueles que odeiam e existem aqueles que amam, não há meio termo. Não há como ficar indiferente ao som produzido pelo power trio mais talentoso do mundo! (Essa já foi uma declaração de quem se enquadra na segunda opção).

O Rush instiga esse tipo de comportamento extremo no ouvinte e mesmo para os fãs, é preciso dedicação e persistência para continuar apreciando o som da banda, que muda constantemente. Desde a década de 70, onde as calças boca-de-sino com estrelas estampadas e os bigodões e os cabelos ensebados eram o ponto alto da moda, a banda vêm modernizando o seu som, passeando por várias tendências, do hard rock ao pop rock, passando pelo rock progressivo e sobrevivendo às décadas de 80, 90 e 2000.

Acho que o primeiro disco do Rush que ouvi foi a coletânea Chronicles, ainda em fita cassete, gravada para mim por um colega de escola em 1990. No ano seguinte, assim que saiu o Roll the Bones, adquiri o vinil, mídia ainda forte naqueles dias, e ouvia praticamente sem parar. Daí surgiu a vontade de aprender a tocar contra-baixo, inspirado no mestre das quatro cordas, Geddy Lee.

Talvez o maior legado do Rush para as outras bandas foi o fato de eles terem feito, durante toda a carreira, apenas o que quiseram, da forma que quiseram, sem nenhuma interferência externa, seja de gravadora, seja da mídia, ou seja lá de quem for. Quando quiseram fazer um som intrincado, com diversas partes e músicas com mais de 15 minutos de duração eles fizeram. Quando quiseram fazer um som mais tranquilo, beirando o pop, também o fizeram.

Para comemorar um ano de blog no ar, trago esta matéria, juntamente com meus sinceros agradecimentos a todos que de uma forma ou de outra, incentivaram a constante atualização deste blog. Parabéns para todos nós e...ladies and gentleman, from Toronto, Canada...RUSH!!!



Fase roqueira:

Nesta fase, o nariz de Geddy parecia estar mais proeminente, e, ao mesmo tempo em que ele abusava de sua cara de bruxa má, sua voz estridente alcançava agudos insuportavelmente altos, capazes de incomondar até mesmo uma lontra-marinha bêbada a doze quilômetros de distância. O cabelo de Alex Lifeson fazia o estilo poodle de madame, coisa linda, enquanto Neil Peart resolveu usar fartos bigodões. Brincadeiras à parte, o som era bem cru, com fortes influências das bandas de hard rock do começo dos anos setenta, músicas curtas e diretas ao ponto.


Rush (1974)
Disco de estréia da banda e o único a contar com o baterista John Rutsey, que saiu logo em seguida dando lugar a Neil Peart. Destaques: Finding My Way e Working Man.







Fly By Night (1975)
Destaques para Anthem, By Thor and the Snow Dog (apelidos de Geddy e Alex) e a faixa título, um grande sucesso nas rádios e uma das músicas mais executadas da banda até hoje.







Caress of Steel
(1975)
O tempero do progressivo (músicas longas e com várias partes) já se fazia presente neste que é o disco mais subestimado e pouco comentado da banda.







2112
(1976)
Aqui já se percebe o novo direcionamento que o Rush estava dando à sua carreira. Partes mais intrincadas com mudanças constantes de andamento fincavam o pé no rock progressivo. Porém, aqui os sintetizadores ainda não apareciam muito. Um disco conceitual e que representou a primeira grande ruptura de estilo da banda.




All The World´s A Stage
(1976) (ao vivo)
O primeiro registro oficial da performance ao vivo da banda. Uma marca do Rush foi sempre reproduzir no palco tudo o que faziam em estúdio, e melhor, com energia contagiante! Daqui em diante, o Rush seguiria sempre a mesma fórmula: a cada 4 discos de estúdio, 1 disco ao vivo.


Continua...

domingo, 1 de junho de 2008

Winger - Live in Tokyo (1992)


A primeira vez que ouvi Winger (isso deve ter uns dez anos) eu fiquei impressionado com a qualidade e com a energia da música dos caras, e quinze minutos depois já era fã da banda. Hard rock de primeiríssima qualidade, vocal cativante (Kip Winger), trabalho de guitarras brilhante (Reb Beach) e uma cozinha bem eficiente. Todo mundo deve conhecer pelo menos uma música dos caras, a balada Miles Away, que já foi tema das famosas e saudosas propagandas da Hollywood (alguém deixou de fumar por que foram proibidos aqueles comerciais?)

Pois bem, os caras lançaram três discos de 1989 a 1993 e depois deram um tempo. Em 2006 resolveram voltar e lançaram o quarto álbum, Winger IV. Recomendo todos os discos, porém, o primeirão é bem mais roqueiro, enquanto o segundo é bem mais melódico e o terceiro já é mais moderninho, mas ainda muito bom.

O registro aqui é de um show realizado em 1992 no Japão (bootleg), onde tinham (e ainda têm) muitos fãs e onde é possível apreciar toda a energia da banda ao vivo. Kip Winger dá tudo de si, rasga os vocais com intensa paixão, enquanto Reb Beach, no auge de sua juventude (o cara está atualmente no Whitesnake) arranca lágrimas de quem tem uma mínima noção de como é difícil tocar guitarra, com solos inspiradíssimos cheios de emoção e bases poderosas.

O que posso dizer mais? Ouçam antes de morrer!!!!!! Clássicos para a sua eterna juventude! Rock and Roll never dies!

Baixe aqui! (créditos para a Combe do Iommi)