sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Rush - uma banda ou uma religião? Parte 4

Fase light
Denominei essa fase assim mas ainda poderia ser chamada de pop-prog, ou seja, a banda se tornou ligeiramente mais acessível, sem abandonar os elementos que a tornaram única no mundo da música, como as mudanças de andamento, os compassos não triviais (diferentes do eterno 4x4), etc. As letras sci-fi dão lugar a reflexões mais mundanas, quase cotidianas, e isso também ajudou a popularizar a banda. Mas, o Rush nunca precisou apelar, os caras sempre fizeram exatamente o que quiseram fazer, e esse sempre será o grande legado da banda: FREEWILL!


Presto (1989)
Lançar discos com muita frequência mantendo a qualidade é um desafio para qualquer artista. O Rush é uma banda singular por muitos motivos, mas um dos principais é a regularidade. Presto é um disco regular na discografia da banda, mas muito superior a maioria das coisas que estavam sendo feitas no final da década de 80. Destaque para a belíssima The Pass.




Roll the Bones
(1991)
Pegaram pesado no pop aqui. A faixa título tocou bastante na época, mas, como sempre, pop para o Rush não significa necessariamente que a música é ruim, muito pelo contrário! Outros excelentes momentos , também igualmente pops ao extremo, marcam presença em Dreamline, Bravado e You Bet Your Life. Ótimo disco para quem tem certa resistência ao som da banda começar a apreciar uma obra complexa e praticamente irrepreensível.






Counterparts (1993)
A introdução de Animate, faixa que abre o disco, já dá um sinal do que vem por aí. O mestre Peart, que no auge dos seus vinte e poucos anos já fora furioso na arte de baquetar, agora mostra toda sua classe com um estilo mais econômico (porém eficiente) de tocar, mesmo quase atingindo a casa dos cinquenta anos. Gosto muito da instrumental Leave That Thing Alone, onde é possível apreciar toda a finesse da banda em uma composição absolutamente magistral!





Test For Echo (1996)
Confesso que precisei ouvir esse disco pra comentar. Não dei muita bola pra ele quando foi lançado, achei o som muito cru, o que na verdade, já mostrava que novos ventos estavam por vir. Neil Peart simplificou absurdamente seu kit, após, segundo ele, reaprender a tocar bateria com um certo guru. O resultado não me agradou muito, sou um saudosista assumido, rs.





Different Stages (1998) (triplo ao vivo)

Para fechar mais um ciclo, desta feita a banda nos presenteou com um triplo ao vivo, sendo que os dois primeiros discos são de um show atual e o terceiro de um show no Hammersmith da década de 70. O que dizer? Os caras são como vinho, quanto mais velho melhor! Ouça e comprove.





Depois de Test For Echo, a banda interrompeu os trabalhos por problemas pessoais na vida de Peart. A sua filha, Selena, morreu em um acidente de carro em Agosto de 1997 e, logo depois, a sua esposa, Jacqueline, morreu de câncer, em Junho de 1998. Peart entrou, como ele mesmo descreve, em uma jornada de cura com sua motocicleta, viajando milhares de quilômetros pela América do Norte. Essa jornada foi mais tarde descrita no livro Ghost Rider: Travels on the Healing Road.



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