O rock é próprio dos jovens, por sua natureza inovadora e contestadora, de forma que o amadurecimento, em geral, faz mal para a maioria das bandas no cenário hard/metal. Vejam o triste fim do Metallica, outrora uma máquina de moer ossos, e que agora se reduziu a uma máquina de fazer caretas e muito dinheiro.
Eis uma honrosa exceção: os suecos do Europe. Quando resolveram "dar um tempo" em 1992, os caras tinham conquistado o mundo com seu glam-farouf-chic, de forma que uma possível reunião não surpreenderia ninguém se eles ficassem fazendo covers de sim mesmos, como é muito comum por sinal. Mas, ao contrário, Start From the Dark (2004), o álbum que marcou o retorno oficial da banda e Secret Society, o segundo álbum da nova fase, me deixaram de queixo caído. O segundo inclusive não sai do som do meu carro há duas semanas.
Unindo peso com melodias menos evidentes e menos "apelativas", a banda conseguiu fazer algo que considero muito difícil: um hard consistente, coeso, seguro de si e, acima de tudo, maduro. Vale a pena conferir a nova fase de Joey Tempest, John Norum e companhia. Eles são a prova que é possível fazer rock de qualidade sem perder a classe.