Todo mundo conhece boas bandas de ROCK que cantam em português, e só para citar algumas, temos Legião, Barão, Titãs, Engenheiros, Ira!, Uns e Outros, etc, etc, etc. Mas HARD ROCK em português não é uma coisa muito comum, e costuma causar estranheza.
Eu mesmo já me peguei repetindo frases prontas do tipo: rock pesado em português é igual a samba em japonês, não dá certo! Se você é adepto dessa ideologia, prepare-se para mudar os seus conceitos.
A primeira formação da banda contava com ninguém menos que Edu Ardanuy na guitarra, dividindo os palcos com seu irmão Átila. O álbum de estréia foi lançado em 1989. Em 1997, Marco Sérgio (filho de Sérgio Reis), Átila Ardanuy, Marcus Ardanuy e Arnaldo Roggano cometeram uma pequena pérola do hard rock brazuca (é, precisamos criar novos rótulos, ehehhe), que ficou esquecida pelos cantos das (hoje decadentes) lojas de cds. Não me lembro ao certo quando comprei esse álbum, mas já faz algum tempo. Gostei na primeira audição. Adorei na segunda e ouço até hoje.
O que temos nesse play é algo bem variado, mas no geral, salta dos alto-falantes um hard rock bem melódico, com uma pegada bastante firme por parte dos irmãos Ardanuy e um vocal às vezes rasgado às vezes suave de Marco Sérgio. Bom gosto nas letras, excelente qualidade de gravação, arranjos bem elaborados que fogem dos clichês característicos do estilo.
Destaque para Fora da Lei, Sangue nas Mãos, Todo Azul do Mar (regravação do 14 Bis), Quando as Luzes Se Apagam (balada que poderia tocar nas Fms) e Tempos Modernos (regravação de Lulu Santos).
Os caras tinham grande potencial, sabiam trilhar a tênue linha que separa o som puramente comercial do bom gosto, ouça como exemplo a faixa Os Dias Não São Iguais. Mas, infelizmente, não vingaram. Marco Sérgio está em turnê tocando com o seu pai, e esse fato torna evidente que não dá pra sobreviver de rock and roll no nosso país. Infelizmente.
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sangue nas mãos