quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

A volta dos que não foram

No dia 10 de dezembro deste ano, ocorreu talvez a última grande reunião que faltava no mundo do rock: a do Led Zeppelin.

Robert Plant (59), Jimmy Page (63) e John Paul Jones (61) subiram ao palco novamente após 19 longos anos, desde sua última apresentação no 40º aniversário da gravadora Atlantic em 1988. Eles foram acompanhados por Jason Bonham, filho de John Bonham, falecido em 1980.

Já que o assunto são as reunions, vamos voltar um pouco no tempo e lembrar dos principais retornos. Embora alguns tenham sido atacados pela mídia e chamados de reuniões caça-níqueis, o fato é que os fãs querem ver seus ídolos dividindo o mesmo palco novamente, e não estão preocupados em saber qual foi o motivo da reunião.

Uma delas foi a tão sonhada e aguardada volta da formação original do Black Sabbath, que ocorreu em 1997, 18 anos após a saída de Ozzy, que seguiu em carreira solo.


Uma volta muito comemorada por todos nós foi a de Bruce Dickinson e Adrian Smith ao Iron Maiden. Depois de se revelar um péssimo frontman, a situação de Blaze Bailey ficou insustentável após a turnê de 1998, que passou pelo Brasil, e o baixinho retornou para o seu devido lugar em 1999. Nós ganhamos dois presentes, o poderoso álbum Brave New World e o show espetacular no Brasil em 2001 no Rock in Rio III.



A reunião do Van Halen, com o primeiro vocalista, o acrobático-performático-afetadático Dave Lee Roth aconteceu este ano, após muita espera e muita especulação sobre o estado de saúde de Eddie Van Halen, cérebro da banda e lenda-viva da guitarra.


O ano de 2007 já entrou para a história do Rock and Roll como o ano dos retornos. Também neste ano, além da reunião do Led Zeppelin e do Van Halen, aconteceu o retorno de Ronnie James Dio ao Black Sabbath. Na verdade, foi o retorno da, diagamos assim, segunda formação clássica da banda, que gravou 3 discos no começo da década de 80 e o destruidor Dehumanizer em 1992.


Em terras brazucas, está sendo cogitada uma volta de Max Cavalera ao Sepultura, mas para ser sincero, a volta mais significativa para mim seria a de André Matos para o Angra, mas esta está muito longe de acontecer, visto que ambos estão seguindo firme em suas carreiras.


Bem galera, na falta de sangue novo, vai os "velhin" mesmo!!! Long Live Rock and Roll!!!



quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Rainbow - discografia e formações

Contar a história do Rainbow é contar uma bela parte da história do Rock and Roll. Por essa banda passaram tantos músicos importantes, que a sua trajetória perpassa várias trajetórias de outras bandas, igualmente importantes. O temperamento difícil de Ritchie Blackmore não é lenda e apenas dois discos de estúdio consecutivos do Rainbow contaram com a mesma formação. Mas, ao contrário do que muitos pensam, isso não é ruim, por que Ritchie era um insatisfeito por natureza, obcecado pela perfeição, sempre buscando superação.

Em 1975, recém saído do Deep Purple, Ritchie Blackmore arrematou todos os músicos de uma banda novaiorquina recém desfeita chamada Elf, menos o guitarrista David Feinstein, e entrou em estúdio para gravar o seu primeiro álbum longe do Roxo Profundo (essa doeu até em mim...) O trabalho em questão, para aproveitar a popularidade de Ritchie, foi chamado apenas de Ritchie Blackmore´s Rainbow e apresenta os primeiros clássicos da banda, como Man On The Silver Mountain, 16th Century Greensleeves, Temple of the King, Catch the Rainbow e Still I´m Sad.


Ritchie Blackmore´s Rainbow (1975)




















Ritchie Blackmore – guitarras

Ronnie James Dio – voz

Craig Gruber – baixo

Gary Driscoll - bateria

Mickey Lee Soule – teclados


Descontente com a sonoridade do primeiro álbum, Ritchie demitiu TODOS os integrantes, mantendo apenas Dio, e juntamente com ele, criou um dos maiores clássicos da história do rock and roll, o absolutamente incontestável Rising. A popularidade deste álbum foi tão grande que em 1981 a revista Kerrang! realizou uma pesquisa com seus leitores e ele foi eleito o melhor disco de heavy metal de todos os tempos (até aquela data, é claro). E não é para menos, pois nele estão Tarot Woman, Stargazer e Light in the Black, clássicos imortais.


Rising (1976)



















Ritchie Blackmore – guitarras

Ronnie James Dio – voz

Jimmy Bain – baixo

Cozy Powell – bateria

Tony Carey – teclados



No ano seguinte, lançaram On Stage, seu primeiro álbum ao vivo, contendo versões super alongadas, com solos magistrais de mr. Ricardinho Mais Preto e uma prévia do que viria no ano seguinte, com a inclusão da faixa inédita Kill the King.


On Stage (1977)


















Ritchie Blackmore – guitarras

Ronnie James Dio – voz

Jimmy Bain – baixo

Cozy Powell – bateria

Tony Carey – teclados



Mais uma vez, Blackmore decide fazer uma faxina na banda demitindo Jimmy Bain (que trabalharia com Dio anos depois) e Tony Carey. Para o lugar de Bain ele trouxe Bob Daisley (que trabalharia com Ozzy nos anos 80) enquanto que para o lugar de Carey, trouxe David Stone (esse sumiu depois, alguém sabe o paradeiro dele? eheehehe). Long Live Rock and Roll, a faixa, mostra um lado mais comercial e festeiro da banda, enquanto que o disco, ainda tem a mesma pegada roqueira, presentes nas memoráveis Kill the King, Gates of Babylon e Rainbow Eyes.


Long Live Rock and Roll (1978)


















Ritchie Blackmore – guitarras

Ronnie James Dio – voz

Bob Daisley – baixo

Cozy Powell – bateria

David Stone – teclados


Agora a crise era realmente muito séria. Enquanto Blackmore estava empolgado com o sucesso comercial de Long Live Rock and Roll, Ronnie James Dio começava a se sentir um pouco frustrado por ficar na sombra do guitarrista, além do direcionamento hard rock que estava se desenhando no horizonte da banda, do qual ele discordava. Em 1979, com a saída definitiva de Ozzy do Black Sabbath, Dio recebeu um convite duplamente irrecusável, pela sua situação no Rainbow e pela chance de ser frontman da banda de Mr. Tony "riffmaker" Iomi!


Blackmore não perdeu tempo. Reformulou a banda mais uma vez, mantendo apenas Cozy Powell (que tocaria no Sabbath anos depois). Chamou Graham Bonnett para os vocais, Don Airey (que tocaria com Ozzy anos depois e que hoje substitui Jon Lord no Purple) e o ex-colega de Deep Purple Roger Glover. Gravou Down to Earth, mudando completamente o som da banda, trocando os temas místicos e épicos por temas ( teoricamente) mais comerciais. Apesar de ter boas músicas, como Lost in Hollywood e Since You´ve Been Gone, o disco vendeu bem menos que o anterior e não atingiu o sucesso comercial pretendido por Ritchie.


Down to Earth (1979)


















Ritchie Blackmore – guitarras

Graham Bonnett – voz

Roger Glover – baixo

Cozy Powell – bateria

Don Airey -teclados


Insatisfeito com a performance de Bonnett no palco, Blackmore buscava um frontman mais carismático, e o encontrou na pessoa de Joe Lynn Turner. Pra não perder o costume, demitiu o baterista juntamente com o vocalista. O novo trabalho chamava-se Difficult to Cure e desta vez, Blackmore & Cia conseguiram recuperar um pouco do prestígio perdido, graças, em grande parte, ao carisma de Lynn Turner, e, logicamente, à sua interpretação para o hit I Surrender e Spotlight Kid.


Difficult To Cure (1981)


















Ritchie Blackmore – guitarras

Joe Lynn Turner – voz

Roger Glover – baixo

Bobby Rondinelli – bateria

Don Airey -teclados


Agora a situação parecia estável. Pela primeira vez, desde 1975, a banda gravaria dois discos consecutivos com a mesmíssima formação. O resultado dessa estabilidade foi Straight Between the Eyes, que contava com boas canções como Death Alley Driver, as baladas Stone Cold e Tearin´Out My Heart.


Straight Between the Eyes (1982)

















Ritchie Blackmore – guitarras

Joe Lynn Turner – voz

Roger Glover – baixo

Bobby Rondinelli – bateria

Don Airey -teclados


Em mais uma tentativa de encontrar o seu som, Blackmore demite Rondinelli e Airey, mas, o canto do cisne da banda, inevitavelmente, seria o álbum Bent Out of Shape. Aceitando o fato de que os melhores dias da banda ficaram no passado, Blackmore decide voltar ao Deep Purple, que estava preparando a sua volta com a formação original Gillan-Glover-Paice-Lord-Blackmore.


Bent Out of Shape (1983)


















Ritchie Blackmore – guitarras

Joe Lynn Turner – voz

Roger Glover – baixo

Chuck Burgi – bateria

David Rosenthal -teclados


Algum tempo depois do fim da banda, Roger Glover resolveu lançar Finyl Vinyl, um disco (comemorativo talvez?) contendo versões ao vivo de músicas de todas as fases da banda, incluindo 3 inéditas com Joe Lynn Turner.


Finyl Vinyl (1986)


















Mas, esta história ainda teria mais um capítulo. Brigando com tudo e com todos, como é usual, Blackmore deixa o Deep Purple, em plena turnê Come Hell or High Water (ele foi substituído provisoriamente por Joe Satriani), e decide reviver os dias de glória do Rainbow.


Um belo disco com faixas revigorantes foi lançado em 1994, Stranger in Us All, seguido de uma turnê em 1995. Merecem destaque as excelentes Wolf to the Moon, Stand and Fight, Hall of the Mountain King, Black Masquerade, Too Late For Tears e Still I´m Sad, que originalmente foi gravada apenas instrumental . Reza a lenda que Dio se atrasou para as gravações, e Blackmore, muito contente com a situação, ahueihaiehi, decidiu fazer apenas instrumental.


Stranger in Us All (1994)



















Ritchie Blackmore – guitarras

Doogie White – voz

Greg Smith – baixo

John O'Reilly – bateria

Paul Morris – teclados



No ano passado, os caras resolveram nos agraciar com um grande presente. Foi lançado um disco e um dvd de uma apresentação gravada em 1977, na mesma turnê do álbum On Stage, porém, com uma das formações mais festejadas do Rainbow, a de Long Live Rock and Roll. A curiosidade acerca deste show é que Blackmore estava preso (arrumou confusão com alguém importante durante um show realizado dois dias antes) e subiu ao palco com duas horas de atraso, com a mesma roupa que havia sido preso, e fez uma das suas mais ferozes apresentações!


Live in Munich 1977 (2006)



















Ritchie Blackmore – guitarras

Ronnie James Dio – voz

Bob Daisley – baixo

Cozy Powell – bateria

David Stone – teclados

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Blind Guardian - Imaginations From the Other Side (1995)

O Blind Guardian foi uma banda pioneira em vários aspectos, tanto no estilo de metal que praticam, quanto na temática das suas músicas, misturando misticismo, lendas e estórias fantásticas, fartamente inspiradas em Tolkien (existe inclusive uma música com o título Lord of the Rings), muitos anos antes do cinema descobri-lo.

O primeiro disco do Blind Guardian que eu ouvi na vida foi Imaginations From the Other Side. Confesso que comprei no escuro, atraído pela capa, que convenhamos, é sensacional. Quando coloquei o cd pra tocar, fiquei impressionado com os coros de vozes, e fico até hoje. Backing vocals é quando são dois, três vozes no máximo. Aqui se ouve um coral inteiro!!! As melodias, as passagens acúsitcas e dramáticas, mescladas harmoniosamente ao peso das guitarras e da bateria, avassaladora!

Depois, com o tempo, fui buscando conhecer o trabalho anterior da banda. Reconheço a competência dos caras como músicos, mas achei o som muito cru e um pouco pobre, e continuei preferindo o Imaginations. Depois, veio o Nightfall in Middle Earth em 1998, gerando grandes expectativas, afinal, o seu sucessor era primoroso. Pode-se dizer que eles conseguiram surpreender os fãs mais uma vez, pois conseguiram fazer um disco com um nível muito próximo do nível de Imaginations, mas faltava o algo mais.

Meu amigo, as nove músicas do Imaginations From The Other Side formam uma sequência de tirar o fôlego. Nenhuma nota está fora do lugar, nenhuma batida, nada. Irretocável, como toda obra-prima, caso contrário, não seria uma obra-prima.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Edguy - Theater of Salvation (1999)

Confesso que nunca levei o Edguy muito a sério. Primeiro, não conseguia aceitar que uma banda de metal melódico não contasse com um guitarrista mega-ultra-super-rápido em seu line-up. Segundo, não conseguia resistir à tentação de fazer trocadilhos sem graça com o nome da banda, como Edgay, ehehehe.

Pois bem, isso durou até ouvir este Theater of Salvation, quarto trabalho de estúdio da banda alemã liderada pelo inspirado Tobias Sammet. O negócio aqui é muito sério, belíssimas canções com amplo destaque para as vozes de Sammet (sim, num estúdio é possível colocar vozes em cima de vozes).

Não espere encontrar um grande trabalho de guitarras aqui, pois elas só dão para o gasto. Mas, pelo menos não comprometem o resultado final, que é amplamente favorecido pelas melodias vocais, muito bem construídas e executadas.